quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém

Fizeram a gente acreditar que amor, amor mesmo, pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, sendo igual. Que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável. Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório, e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto. Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente! Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém.

John Lennon

domingo, 16 de outubro de 2011

Meus professores, meus amores

Eu só queria abraçar todos os meus professores hoje. Todos mesmos. Os bons e também os ruins, porque foram eles que me mostraram o que eu quero, e o que eu não quero ser. Seguir o mesmo caminho que eles, numa forma diferente de atuação, não foi fácil, não foi apoiado por muitas pessoas, mas foi uma escolha para a vida inteira. Uma escolha de atitude. Mais do que isso, uma escolha de amor.
Hoje, eu sei o quanto é gratificante um aluno seu lhe agradecer, depois de um tempo, os bons resultados que conseguiu através do que você ensinou. Ser educador é isso: é mostrar o caminho. É mais do que ensinar a pescar, é mostrar as conseqüências de não saber fazer. É ser rígido, disciplinador, incoerente, chato, rabugento. No final, vale a pena. Eles reconhecem isso. Entendem a importância só de um tempo (e é preciso oferecer isso a eles). É, eu ainda sou um bobo apaixonado pelo que eu faço. Eu acredito em todos aqueles que passam pela minha sala, e fico frustrado quando eles não conseguem o que querem. Sinto-me culpado. Penso que sou parte disso.
Obrigado, meus professores! Obrigado, meus alunos! Que esse dia seja de reflexão, e nos faça pensar que conhecimento não pode ser egoísta: só tem sentido se for compartilhado.