domingo, 28 de dezembro de 2014

Saldo sobre a viagem dos meus pais

Eu nunca imaginei que essa casa fosse tão grande, só descobri isso após limpar ela inteira e sozinho - mas com a música muito alta, é claro. Eu nunca troquei o lixo tantas vezes. E também nunca havia ficado preocupado se estava tudo certo. Descobri que tomo mais leite do que pensei. Foram caixas e mais caixas que eu vi sendo jogadas no lixo. Miojo e lasanha congelada foram a tônica. Descobri que eu não sei cozinhar e que eu sinto falta da comida da minha mãe. Visitas particulares e minhas foram a melhor parte. Dormir com alguém do SEU lado, na SUA cama, abraçadinho é muito bom. Valeu a pena ter uma cama de casal. Embora eu tenha saído mais do que o normal, fiquei com a sensação de que faltava dar satisfações a alguém (parecia que eu chegaria em casa e eles estariam me esperando). Primeiro natal longe deles, mas perto com o coração. Chorei de saudades. Porque a família que me acolheu estavam todos juntos e eu só pensando neles. Mas sabia que estavam felizes. Muito felizes. E nessa que a gente descobre o quanto não está preparado para perdê-los, sabe? O saldo é positivo, de aprendizado e lições pro resto da vida. Cada mensagem trocada no aplicativo, cada foto trocada, cada "saudades" foram de suma importância para o próximo ano que se inicia.

Bem vindos de volta! Obrigado, Senhor.


quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Manifesto contra relacionamentos sérios

"Eu não quero estar em um relacionamento sério. Nunca. Nem hoje, nem semana que vem, nem em dez anos. Nem se eu estiver estabilizado na vida, nem se eu estiver carente e sozinho, nem se o homem mais interessante do mundo aparecer. Aliás, principalmente se o homem mais interessante do mundo aparecer.

Sério é o meu relacionamento com meu porteiro, e olhe lá. Volta e meia conversamos sobre algum assunto que nos faz rir. Só quero ter relacionamentos sérios com quem não gosto. Com o mal educado da fila do super, a moça que não segurou a porta do elevador pra uma velhinha na minha frente, o imbecil que não limpa o cocô do cachorro da calçada… Com quem amo, quero ter relacionamentos leves, divertidos, coloridos.



Relacionamentos que acrescentem sem pesar, porque de pesada já basta minha mochila. Relacionamentos que não façam cobranças, porque eu quero me doar por vontade própria. Relacionamentos leves, que respeitem a identidade individual, que não tentem nos tornar um só, com os mesmos gostos, as mesmas vontades, as mesmas neuras. Ao contrário, que nos ensinem a gostar de coisas novas, a pensar diferente, abrir a cabeça, a entender que essa história de metade da laranja não funciona nem pro próprio Fábio Jr.

Ok, "relacionamento sério" é só um título, uma maneira de chamar. Mas em alemão, por exemplo, esse termo é substituído por "está apaixonado por". Muito mais querido, não?

Mais do que o botão de dislike, acho que está faltando nas redes sociais outras maneiras de descrever o amor. Sério não é uma palavra que faça jus à grandeza desse sentimento. Não é um relacionamento enrolado, não é um relacionamento aberto. É um relacionamento livre, em que ambas as partes escolheram estar, não por carência ou comodismo. Não porque não-tem-tu-vai-tu-mesmo, mas porque foi uma escolha entre estar feliz solteiro ou estar mais feliz ainda com essa pessoa. É um relacionamento leve, porque os dois têm consciência de que estão juntos porque querem, e sabem que ninguém é obrigado a levar isso adiante se não se sentir valorizado, amado e feliz. É um relacionamento dinâmico, porque permite o crescimento mútuo e entende que vamos passando por fases ao longo da vida, mas que alguma coisa deve se manter desde a origem, e é o que os fará permanecer unidos, mesmo que não sejam mais como eram quando se conheceram. É um relacionamento divertido, porque te dá liberdade de rir sem culpa, viver sem pudores, virar criança em alguns momentos e reinventar o kama sutra em outros.

Ao invés de o Facebook investir em tantas mudanças de layout das páginas e outras bobagens, bem que Mark e sua turma podiam ampliar o leque de status afetivos, né? Talvez se existissem mais maneiras de definir os relacionamentos nas redes sociais as pessoas acabariam se questionando que tipo de relacionamento elas de fato têm. Por mais boba que seja a pergunta, acredito que entre "estar em um relacionamento sério" ou "estar em um relacionamento divertido", a maioria das pessoas optaria pelo segundo. Pelo menos para manter o status."

- Autor desconhecido

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Deus me livre

"Deus me livre de gente que não entende que a beleza está na essência, que a melhor riqueza é a da alma e que as experiências amadurecem. Gente que não sabe o valor do abraço que acolhe e da mão que aceita, da música que embala, do colo que serve de descanso. Gente que pensa que as coisas não mudam. Gente que usa da vaidade que deturpa, do orgulho que afasta.

Precisamos de gente que acredita na fé que fortalece e no amor que abastece, faz rir, distrai, enrosca, toca, cura, salva e tem a chance de ser maior do que a gente pensa. É essa gente que, sutil ou não, faz a diferença."

sábado, 20 de dezembro de 2014

Eu nunca temi o outro

"Eu nunca temi o outro. Sempre fui peitudo, valente. Em algumas situações me estrepei por causa disso. Nem sempre isso é bom. Eu sempre desafiei a inveja, a maldade. Sempre fui um caso perdido para quem tenta me destruir, estou sempre desapontando quem não acredita em mim. Minha visão da vida (nem) sempre foi às claras, pés no chão. Ameaças não tiram meu sono, gritos sufocados não me desestabilizam. Nunca vi o outro como meu grande inimigo. Meu maior rival está dentro de mim. Sou meu inimigo quando não acredito no que sou capaz. Sou meu maior inimigo quando deixo que me coloquem rédeas, quando aceito rótulos, quando permito que amargurados me desestabilizem."

- Jackye Monteiro

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Permita-se


"Deixe ir. Ninguém é mais valioso que oxigênio a ponto de não viver sem. Se não te faz bem, cai fora. Se te faz chorar e o motivo desse choro não for de felicidade, vai embora. A sensação de olhar em sua volta e não enxergar um só rosto amigo é aterrorizante, mas lhe digo: nada enfraquece mais do que estar cercado de seres que te desejam o pior. Deixe ir, você vai sobreviver. E digo mais: é melhor caminhar sozinho do que estar mal acompanhado."

- Collins Williams

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Antes

"Queria ter te conhecido antes, para que nenhum de nós dois tivesse medo ou cicatrizes. Queria ter estado com você quando seu coração descobriu o que era amor. Quando seu corpo descobriu o que era desejo. E antes que pudesse sofrer, eu estaria do seu lado. Entregando-me junto com você, e, junto, poder ter aprendido as lições da vida e do coração.

Queria ter te conhecido muito antes, quando suas esperanças começaram a nascer, quando seus sonhos ainda eram furos e seus ideais ainda ingênuos. Pena termos nos encontrado só agora, já com o coração viciado em outros amores, com uma imagem meio falsa, do que é felicidade, do que é se entregar. Ah, esses medos e inseguranças...

Numa nova vida, num outro tempo, em que não precisássemos temer o nosso futuro, nem nossos sentimentos... Ah! Como eu queria! Mas, não foi assim, né? Te conheci agora...

Na hora certa? No momento certo? Eu não sei... Só sei que te encontrei agora e, na sua vida, se você quiser, para sempre eu ficarei."

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Direto

"Faço parte da tribo que nasceu predestinada à essa sina de ser sincero, sem rodeios ou meio termos. Sofro, todos os dias, a desvantagem de não ter paciência pra fazer doce. Sou desfavorecido por não ser sonso! Gente como eu, parte dessa saga de ser inteiro, tem no sangue o impulso e em cada poro a natureza de ser verdadeiro, custe o que custar. Nós já começamos a corrida bem atrás e tem milhões de obstáculos a mais pelo percurso.


É que gente assim não espera, não se submete a virar peão de jogo, não diz amém pra qualquer regra, muito menos resiste a fazer o que estiver com vontade: seja um sms, ligação, chamar no chat, falar sobre amor, um ex amor ou qualquer outra coisa. Minha tribo nasceu pra esgotar todas as possibilidades. Pra cada fim, um recomeço mais doce, mais cínico e bem mais cara de pau, é o final de todos nós. Eu tô falando de quem se joga, e depois pensa, tá me entendendo? Tô falando da maldição mais deliciosa que qualquer um já tenha ouvido falar. Sorte a minha, sorte a sua, sorte a nossa. E de cada um que tiver a chance de nos encontrar por aí, mesmo que por alguns momentos. Sem querer levantar bandeira, mas aposto que o sonso vai descer na preferência!"

- Marcella Fernanda

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Eu não sou o príncipe que você sonhou

"Eu sou daquelas pessoas inseguras que volta pra ver se fechou a torneira, se a porta está trancada, se o fogão está desligado. Eu sempre fui assim, sempre precisei reafirmar minhas certezas - então não me culpe se eu ficar perguntando se você ainda gosta de mim umas dez vezes ao dia. Aceite-me como sou, que eu te aceito como tu és.

Sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. Comigo são sempre vírgulas, aspas, reticências. Eu vou gostando, eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando. E continuo indo, assim, desse jeito, sem virar páginas, sem colocar pontos. ERRADO SOU EU!"

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Quando tudo dá errado em nossa vida

" (...) tendemos a querer procurar um culpado. Tem de existir. A culpa é de quem? Deus? Destino? Macumba das garotas que não vão com a sua cara? Do seu namorado que não fez nada para evitar que você se decepcionasse? Não. A culpa é da vida, isso mesmo. Da vida. A vida acontece todos os dias, independentemente do que você deseje ou queira. Mesmo que você se feche para o mundo, ela ainda vai acontecer. O sol nascerá, a tarde cairá, o céu se cobrirá de estrelas e a lua iluminará. E o que tiver de acontecer, vai acontecer. Mesmo que você compre uma máquina do tempo e volte as vezes que julgar necessárias para consertar todas as burradas que fez no passado. Vai acontecer.

Você sabe por quê? Porque precisamos de decepções para amadurecer. Sem elas, nada seríamos. É como se a cada decepção nos fosse dado um frasco de vida, e cada vez que nos machucamos temos mais vontade de viver. Se não existissem as dores do mundo, seríamos todos frágeis, fracos, feito papéis que rasgam facilmente com qualquer puxão. Então, que venham as decepções, as quedas, as feridas abertas, as cicatrizes, o sangue espalhado pelo chão. Que eu seja demitida do emprego, desista da faculdade, perca amizades que julgava verdadeiras e me apaixone pela pessoa errada diversas e repetidas vezes. Mas que eu nunca perca minha vontade de viver e de me realizar. Que eu nunca desista daquilo em que acredito e daquilo com que sonho."

- Isabela Freitas


"Eu gostaria de lhe agradecer pelas inúmeras vezes que você me enxergou melhor do que eu sou. Pela sua capacidade de me olhar devagar, já que nessa vida muita gente já me olhou depressa demais."

- Padre Fábio de Melo

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Meu infinito particular

Meu jeito é quase incompressível. Compro chocolate e bebo vinho nas sextas à noite. Abro a geladeira para repensar os horizontes. Ouço músicas como quem voa perto do mar. Me perco nas letras e me sinto compreendido. Se eu pudesse abraçar algumas músicas, eu o faria. Não que eu diga isso para alguém, claro. Até porque ninguém entenderia – e de mau entendedor, já basta eu.

Metade de mim é abrigo. Outra metade medo. Mas, isso ninguém precisa saber. Para os outros sou só um cara normal, de sorriso largo e sonhos palpáveis. E que assim continue. A verdade é que me explicar é pedir para não ser compreendido. Assim, guardo tudo comigo, pois conheço a alegria que vem, mas sei a tristeza que fica.

Quando sozinho, às vezes, morro comigo. Fico ali, pensando e ensaiando alguns diálogos que nunca sairão dali. Me sinto bobo, mas alegre com meu momento de calmaria. Pois, quando não resta nem ilusão, só, me resta. E, no meu cantinho, me lembro como a solidão me faz companhia. Até eu lembrar o significado da palavra companhia e, como quem pouco assume a carência, lembrar que o beijo da solidão não tem gosto de primeira vez.

Meus gostos são diferentes. Meus sonhos particulares. Meu mundo interno é um filme de comédia romântica. À minha maneira, caminho entre olhares de espanto e carinho, esperando um dia ser desvendado e posto frente ao amor que, mesmo não admitindo, fico ansiando. Mesmo tendo afeições de sofrimentos passados, sei que o amor é um aroma que perfuma a vida, uma suavidade que a embeleza.

Mesmo sendo uma pessoa tão abstrata, espero que eu seja a verdade que sou pra mim, para com quem amo. E minhas alegrias, tristezas, inseguranças e convicções, sejam divididas com clareza. Pois a verdade é que, no fundo, só eu sei a alegria e a dor que trago no coração.

- Frederico Elboni