domingo, 28 de dezembro de 2014

Saldo sobre a viagem dos meus pais

Eu nunca imaginei que essa casa fosse tão grande, só descobri isso após limpar ela inteira e sozinho - mas com a música muito alta, é claro. Eu nunca troquei o lixo tantas vezes. E também nunca havia ficado preocupado se estava tudo certo. Descobri que tomo mais leite do que pensei. Foram caixas e mais caixas que eu vi sendo jogadas no lixo. Miojo e lasanha congelada foram a tônica. Descobri que eu não sei cozinhar e que eu sinto falta da comida da minha mãe. Visitas particulares e minhas foram a melhor parte. Dormir com alguém do SEU lado, na SUA cama, abraçadinho é muito bom. Valeu a pena ter uma cama de casal. Embora eu tenha saído mais do que o normal, fiquei com a sensação de que faltava dar satisfações a alguém (parecia que eu chegaria em casa e eles estariam me esperando). Primeiro natal longe deles, mas perto com o coração. Chorei de saudades. Porque a família que me acolheu estavam todos juntos e eu só pensando neles. Mas sabia que estavam felizes. Muito felizes. E nessa que a gente descobre o quanto não está preparado para perdê-los, sabe? O saldo é positivo, de aprendizado e lições pro resto da vida. Cada mensagem trocada no aplicativo, cada foto trocada, cada "saudades" foram de suma importância para o próximo ano que se inicia.

Bem vindos de volta! Obrigado, Senhor.


quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Manifesto contra relacionamentos sérios

"Eu não quero estar em um relacionamento sério. Nunca. Nem hoje, nem semana que vem, nem em dez anos. Nem se eu estiver estabilizado na vida, nem se eu estiver carente e sozinho, nem se o homem mais interessante do mundo aparecer. Aliás, principalmente se o homem mais interessante do mundo aparecer.

Sério é o meu relacionamento com meu porteiro, e olhe lá. Volta e meia conversamos sobre algum assunto que nos faz rir. Só quero ter relacionamentos sérios com quem não gosto. Com o mal educado da fila do super, a moça que não segurou a porta do elevador pra uma velhinha na minha frente, o imbecil que não limpa o cocô do cachorro da calçada… Com quem amo, quero ter relacionamentos leves, divertidos, coloridos.



Relacionamentos que acrescentem sem pesar, porque de pesada já basta minha mochila. Relacionamentos que não façam cobranças, porque eu quero me doar por vontade própria. Relacionamentos leves, que respeitem a identidade individual, que não tentem nos tornar um só, com os mesmos gostos, as mesmas vontades, as mesmas neuras. Ao contrário, que nos ensinem a gostar de coisas novas, a pensar diferente, abrir a cabeça, a entender que essa história de metade da laranja não funciona nem pro próprio Fábio Jr.

Ok, "relacionamento sério" é só um título, uma maneira de chamar. Mas em alemão, por exemplo, esse termo é substituído por "está apaixonado por". Muito mais querido, não?

Mais do que o botão de dislike, acho que está faltando nas redes sociais outras maneiras de descrever o amor. Sério não é uma palavra que faça jus à grandeza desse sentimento. Não é um relacionamento enrolado, não é um relacionamento aberto. É um relacionamento livre, em que ambas as partes escolheram estar, não por carência ou comodismo. Não porque não-tem-tu-vai-tu-mesmo, mas porque foi uma escolha entre estar feliz solteiro ou estar mais feliz ainda com essa pessoa. É um relacionamento leve, porque os dois têm consciência de que estão juntos porque querem, e sabem que ninguém é obrigado a levar isso adiante se não se sentir valorizado, amado e feliz. É um relacionamento dinâmico, porque permite o crescimento mútuo e entende que vamos passando por fases ao longo da vida, mas que alguma coisa deve se manter desde a origem, e é o que os fará permanecer unidos, mesmo que não sejam mais como eram quando se conheceram. É um relacionamento divertido, porque te dá liberdade de rir sem culpa, viver sem pudores, virar criança em alguns momentos e reinventar o kama sutra em outros.

Ao invés de o Facebook investir em tantas mudanças de layout das páginas e outras bobagens, bem que Mark e sua turma podiam ampliar o leque de status afetivos, né? Talvez se existissem mais maneiras de definir os relacionamentos nas redes sociais as pessoas acabariam se questionando que tipo de relacionamento elas de fato têm. Por mais boba que seja a pergunta, acredito que entre "estar em um relacionamento sério" ou "estar em um relacionamento divertido", a maioria das pessoas optaria pelo segundo. Pelo menos para manter o status."

- Autor desconhecido

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Deus me livre

"Deus me livre de gente que não entende que a beleza está na essência, que a melhor riqueza é a da alma e que as experiências amadurecem. Gente que não sabe o valor do abraço que acolhe e da mão que aceita, da música que embala, do colo que serve de descanso. Gente que pensa que as coisas não mudam. Gente que usa da vaidade que deturpa, do orgulho que afasta.

Precisamos de gente que acredita na fé que fortalece e no amor que abastece, faz rir, distrai, enrosca, toca, cura, salva e tem a chance de ser maior do que a gente pensa. É essa gente que, sutil ou não, faz a diferença."

sábado, 20 de dezembro de 2014

Eu nunca temi o outro

"Eu nunca temi o outro. Sempre fui peitudo, valente. Em algumas situações me estrepei por causa disso. Nem sempre isso é bom. Eu sempre desafiei a inveja, a maldade. Sempre fui um caso perdido para quem tenta me destruir, estou sempre desapontando quem não acredita em mim. Minha visão da vida (nem) sempre foi às claras, pés no chão. Ameaças não tiram meu sono, gritos sufocados não me desestabilizam. Nunca vi o outro como meu grande inimigo. Meu maior rival está dentro de mim. Sou meu inimigo quando não acredito no que sou capaz. Sou meu maior inimigo quando deixo que me coloquem rédeas, quando aceito rótulos, quando permito que amargurados me desestabilizem."

- Jackye Monteiro

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Permita-se


"Deixe ir. Ninguém é mais valioso que oxigênio a ponto de não viver sem. Se não te faz bem, cai fora. Se te faz chorar e o motivo desse choro não for de felicidade, vai embora. A sensação de olhar em sua volta e não enxergar um só rosto amigo é aterrorizante, mas lhe digo: nada enfraquece mais do que estar cercado de seres que te desejam o pior. Deixe ir, você vai sobreviver. E digo mais: é melhor caminhar sozinho do que estar mal acompanhado."

- Collins Williams

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Antes

"Queria ter te conhecido antes, para que nenhum de nós dois tivesse medo ou cicatrizes. Queria ter estado com você quando seu coração descobriu o que era amor. Quando seu corpo descobriu o que era desejo. E antes que pudesse sofrer, eu estaria do seu lado. Entregando-me junto com você, e, junto, poder ter aprendido as lições da vida e do coração.

Queria ter te conhecido muito antes, quando suas esperanças começaram a nascer, quando seus sonhos ainda eram furos e seus ideais ainda ingênuos. Pena termos nos encontrado só agora, já com o coração viciado em outros amores, com uma imagem meio falsa, do que é felicidade, do que é se entregar. Ah, esses medos e inseguranças...

Numa nova vida, num outro tempo, em que não precisássemos temer o nosso futuro, nem nossos sentimentos... Ah! Como eu queria! Mas, não foi assim, né? Te conheci agora...

Na hora certa? No momento certo? Eu não sei... Só sei que te encontrei agora e, na sua vida, se você quiser, para sempre eu ficarei."

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Direto

"Faço parte da tribo que nasceu predestinada à essa sina de ser sincero, sem rodeios ou meio termos. Sofro, todos os dias, a desvantagem de não ter paciência pra fazer doce. Sou desfavorecido por não ser sonso! Gente como eu, parte dessa saga de ser inteiro, tem no sangue o impulso e em cada poro a natureza de ser verdadeiro, custe o que custar. Nós já começamos a corrida bem atrás e tem milhões de obstáculos a mais pelo percurso.


É que gente assim não espera, não se submete a virar peão de jogo, não diz amém pra qualquer regra, muito menos resiste a fazer o que estiver com vontade: seja um sms, ligação, chamar no chat, falar sobre amor, um ex amor ou qualquer outra coisa. Minha tribo nasceu pra esgotar todas as possibilidades. Pra cada fim, um recomeço mais doce, mais cínico e bem mais cara de pau, é o final de todos nós. Eu tô falando de quem se joga, e depois pensa, tá me entendendo? Tô falando da maldição mais deliciosa que qualquer um já tenha ouvido falar. Sorte a minha, sorte a sua, sorte a nossa. E de cada um que tiver a chance de nos encontrar por aí, mesmo que por alguns momentos. Sem querer levantar bandeira, mas aposto que o sonso vai descer na preferência!"

- Marcella Fernanda

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Eu não sou o príncipe que você sonhou

"Eu sou daquelas pessoas inseguras que volta pra ver se fechou a torneira, se a porta está trancada, se o fogão está desligado. Eu sempre fui assim, sempre precisei reafirmar minhas certezas - então não me culpe se eu ficar perguntando se você ainda gosta de mim umas dez vezes ao dia. Aceite-me como sou, que eu te aceito como tu és.

Sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. Comigo são sempre vírgulas, aspas, reticências. Eu vou gostando, eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando. E continuo indo, assim, desse jeito, sem virar páginas, sem colocar pontos. ERRADO SOU EU!"

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Quando tudo dá errado em nossa vida

" (...) tendemos a querer procurar um culpado. Tem de existir. A culpa é de quem? Deus? Destino? Macumba das garotas que não vão com a sua cara? Do seu namorado que não fez nada para evitar que você se decepcionasse? Não. A culpa é da vida, isso mesmo. Da vida. A vida acontece todos os dias, independentemente do que você deseje ou queira. Mesmo que você se feche para o mundo, ela ainda vai acontecer. O sol nascerá, a tarde cairá, o céu se cobrirá de estrelas e a lua iluminará. E o que tiver de acontecer, vai acontecer. Mesmo que você compre uma máquina do tempo e volte as vezes que julgar necessárias para consertar todas as burradas que fez no passado. Vai acontecer.

Você sabe por quê? Porque precisamos de decepções para amadurecer. Sem elas, nada seríamos. É como se a cada decepção nos fosse dado um frasco de vida, e cada vez que nos machucamos temos mais vontade de viver. Se não existissem as dores do mundo, seríamos todos frágeis, fracos, feito papéis que rasgam facilmente com qualquer puxão. Então, que venham as decepções, as quedas, as feridas abertas, as cicatrizes, o sangue espalhado pelo chão. Que eu seja demitida do emprego, desista da faculdade, perca amizades que julgava verdadeiras e me apaixone pela pessoa errada diversas e repetidas vezes. Mas que eu nunca perca minha vontade de viver e de me realizar. Que eu nunca desista daquilo em que acredito e daquilo com que sonho."

- Isabela Freitas


"Eu gostaria de lhe agradecer pelas inúmeras vezes que você me enxergou melhor do que eu sou. Pela sua capacidade de me olhar devagar, já que nessa vida muita gente já me olhou depressa demais."

- Padre Fábio de Melo

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Meu infinito particular

Meu jeito é quase incompressível. Compro chocolate e bebo vinho nas sextas à noite. Abro a geladeira para repensar os horizontes. Ouço músicas como quem voa perto do mar. Me perco nas letras e me sinto compreendido. Se eu pudesse abraçar algumas músicas, eu o faria. Não que eu diga isso para alguém, claro. Até porque ninguém entenderia – e de mau entendedor, já basta eu.

Metade de mim é abrigo. Outra metade medo. Mas, isso ninguém precisa saber. Para os outros sou só um cara normal, de sorriso largo e sonhos palpáveis. E que assim continue. A verdade é que me explicar é pedir para não ser compreendido. Assim, guardo tudo comigo, pois conheço a alegria que vem, mas sei a tristeza que fica.

Quando sozinho, às vezes, morro comigo. Fico ali, pensando e ensaiando alguns diálogos que nunca sairão dali. Me sinto bobo, mas alegre com meu momento de calmaria. Pois, quando não resta nem ilusão, só, me resta. E, no meu cantinho, me lembro como a solidão me faz companhia. Até eu lembrar o significado da palavra companhia e, como quem pouco assume a carência, lembrar que o beijo da solidão não tem gosto de primeira vez.

Meus gostos são diferentes. Meus sonhos particulares. Meu mundo interno é um filme de comédia romântica. À minha maneira, caminho entre olhares de espanto e carinho, esperando um dia ser desvendado e posto frente ao amor que, mesmo não admitindo, fico ansiando. Mesmo tendo afeições de sofrimentos passados, sei que o amor é um aroma que perfuma a vida, uma suavidade que a embeleza.

Mesmo sendo uma pessoa tão abstrata, espero que eu seja a verdade que sou pra mim, para com quem amo. E minhas alegrias, tristezas, inseguranças e convicções, sejam divididas com clareza. Pois a verdade é que, no fundo, só eu sei a alegria e a dor que trago no coração.

- Frederico Elboni

terça-feira, 25 de novembro de 2014

E continuo

"Quando a gente quer muito uma pessoa, a gente se engana. A gente tenta encaixar aquele outro ser humano em posições que nunca foram dele. A gente clama ao universo para um sim em algo que já começou destinado ao não. A gente quer, e a gente bate o pé e faz pirraça feito criança para conseguir. Mas um dia a gente percebe que amor tem que ser uma via de mão dupla.

Fique com alguém que não tenha conversa mole. Que não te enrole. Que não tenha meias palavras. Que não dê desculpas. Que não bote barreiras no que deveria ser fácil e simples. Fique com alguém que saiba o que quer e que queira agora.

Fique com alguém que te assuma. Que ande com orgulho ao seu lado. Que te apresente aos pais, aos amigos, ao chefe, ao faxineiro da firma. Que segure a sua mão ao andar na rua. Que não tenha medo de te olhar apaixonadamente na frente dos outros. Fique com alguém que não se importe com os outros.


Fique com alguém que não deixe existir zonas nebulosas. Que te dê mais certezas do que perguntas. Que apresente soluções antes mesmo dos questionamentos aparecerem. Fique com alguém que te seja a solução dos problemas e não a causa.

Fique com alguém que não tenha traumas. Que não tenha assuntos mal resolvidos. Que saiba que para ser feliz, tem que deixar o passado passar. Fique com alguém que só tenha interesse no futuro e que queira esse futuro com você.

Fique com alguém que te faça rir. Que te mostre que a vida pode ser leve mesmo em momentos duros. Que seja o seu refúgio em dias caóticos. Fique com alguém que quando te abraça, o resto do mundo não importa mais.

Fique com alguém que te transborde. Que te faça sentir que você vai explodir de tanto amor. Que te faça sentir a pessoa mais especial do universo. Fique com alguém que dê sentido a todos os clichês apaixonados.

Fique com alguém que faça planos. Que veja um futuro ao seu lado. Que te carregue para onde for. Que planeje com você um casamento na praia, uma casa no campo e um labrador no quintal. Fique com alguém que apesar de saber que consegue viver sem você, escolhe viver com você.

Fique com alguém que não se esconda. Que não te esconda. Que cada palavra seja direta e clara. Que não dê brechas para o mal entendido. Que faça o que fala e fale o que faça. Fique com alguém cujas palavras complementam suas ações.

Fique com alguém que te admire. Que te impulsiona pra frente. Que te apoie quando ninguém mais acreditar em você. Que te ajude a transformar sonhos em realidade. Fique com alguém que acredite que você é capaz de tudo aquilo que queira.

Fique com alguém que você não precise convencer de que você vale a pena. Que não tenha dúvidas. Fique com alguém que te olhe da cabeça aos pés e saiba, sem hesitar, que é você e só você.

Fique com alguém que te faça olhar para trás e agradecer por não ter dado certo com ninguém antes. Fique com alguém que faça não existir mais ninguém depois.

Amor tem que ser fácil, tem que ser bom, tem que ser complemento, tem que ser ajuda. Amor que é luta é ego. Amor que rebaixa é dor. E então a gente aprende que amor que não é amor, não encaixa, não orna, não serve."

- Marina Barbieri

sábado, 22 de novembro de 2014

Você deveria ter depositado mais fé na gente

Você devia ter depositado mais fé na gente. Mais fé em mim, principalmente. Você não tem absolutamente nada demais e eu via em você o melhor do mundo. Te valorizava e te tratava como se a Fernanda Lima tivesse azar, coitada, por estar com o Rodrigo Hilbert e não você. 

Eu era fiel, de todas as maneiras possíveis, porque o meu corpo nem aceitava outra pessoa. Você devia ter se dado conta do quão raro e mágico é isso, principalmente hoje em dia. Fui seu amiga, seu parceiro, seu confidente, seu ouvido e seu colo. Fui tudo que eu podia e não podia, fui do avesso e de todos os ângulos possíveis. 

E a gente poderia ter sido muito mais. 

Não sei se alguém vai se entregar pra você do jeito que eu me entreguei. Tão puro, tão descobrindo o amor. Acho muito difícil, sabe? Todo mundo anda todo remendado e desacreditado por aí. Difícil achar um coração zerado... O meu era teu e você não foi capaz de enxergar a imensidão disso. 

Sou grato a você, porque saí de nós pronto pra qualquer coisa. Qualquer dor. Sou grato também por ter me deixado tão solto, mas tão solto, que eu pude voar pra longe e descobrir que existe um mundo apesar de você e que esse mundo é incrível. 

Incrível a ponto de nem dar pra te enxergar aqui de cima. Parece uma formiguinha. Tá achando engraçado? Eu acho a coisa mais triste que poderia ter te acontecido. E sei que, se não hoje, um dia você vai achar também.

- Marcella Fernanda

Adeus

E hoje bateu uma saudade de você. Do seu abraço, do seu beijo, dos momentos que passei com você. Mas lembrei que você não me pertence mais; aliás, nunca me pertenceu. E eu achando que ia durar para sempre, que você não ia me deixar, que esse amor não ia acabar, mas, enfim, acabou. Nem era amor, se fosse amor, não teria acabado.

Foi bom ficar com você. Aprendi várias coisas. Aprendi a gostar de alguém, aprendi que errando é que se acerta. Era bom sentir seu toque, seu cheiro, ver seu sorriso, seu olhar me desejando, seu jeito meigo de dizer sim e dizer não, tudo em você é bom. Só queria que não acabasse tudo assim, mas do que adianta eu gostar e você não? do que adianta eu tentar e você não querer? do que adianta dar amor para quem não quer ser amado?

Não adianta nada mesmo. Tentei, fui atrás, corri, me entreguei, sofri, chorei, sorri, me emocionei, foi bom enquanto durou. Só quero que saiba que torço pela sua felicidade! Não sou desses que fala "quero ver você feliz não importa com quem seja". A verdade é que eu quero te fazer feliz, mas se não dá para ser comigo, né, fazer o que? Acho melhor eu me afastar. Não quero saber com quem você vai ser feliz, e, se eu souber, vou sofrer, vou chorar, mas nunca vou te desejar mal algum.

Você só me fez bem e eu procurei te dar tudo o que tinha: meu amor, meu carinho, meus cuidados. Nada foi em vão, mas o que adiantou se não estamos mais juntos? Mas chega de tentar, de ficar reclamando que ninguém me ama, de ficar tentando acertar onde não tem mais jeito, chega de chorar pelos cantos, chega de fingir que está tudo bem e no fim tudo está me matando por dentro.

Cansei. Não vou desistir da minha vida por ninguém. Tenho que aceitar a perda, tenho que levantar desse tombo que cai e correr atrás da minha felicidade.

Obrigado pelos momentos que me proporcionou e por toda essa felicidade temporária. Obrigado por ser sincero comigo e me dar amor e carinho enquanto pode. Obrigado por me machucar agora e fazer eu enxergar que mais tarde podia ser pior. Obrigado por existir na minha vida e por deixar de existir antes que eu descobrisse que mais para frente eu ia me magoar mais.

Adeus.

- Wagner Pereira

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Vida de solteiro

“E o namorado?” Alguém vai me perguntar. Aí vou sorrir e responder: “Estou solteiro!”. E logo depois vem aquela cara de: “nossa, coitadinho”, quando ao meu ver era a hora certa da pessoa me abraçar e pularmos gritando: “Parabéns Campeão!” 

Sabe, realmente não entendo essas pessoas que colocam o fato de encontrar uma pessoa como sendo um dos objetivos primordiais da vida. Como se a ordem natural fosse: nascer, crescer, conhecer alguém e morrer. A meu ver, não é assim. As pessoas se dizem solteiras como quem diz que está com uma doença grave, alguém que precise de ajuda. Não é nada disso. Existe sim vida na “solteridão”! E das boas. E isso não quer dizer farra, putaria, poligamia ou promiscuidade. Aliás, quer dizer sim, mas só quando você tiver afim. No mais quer dizer liberdade, paz de espírito, intensidade. E olha que escrevo isso com algum conhecimento de causa, já que tenho vários anos de namoro no currículo. 

De verdade, do fundo do coração, eu estou muito bem solteiro. Acho até que melhor que antes. Gosto de acordar pela manhã sem saber como vai terminar meu dia. Gosto da sensação do inesperado, da falta de rotina e de não ter que dar satisfação. Gosto de poder dizer sim quando meu amigo me liga na quinta-feira perguntando se quero viajar com ele na manhã seguinte. De chegar em casa com o Sol nascendo. De não chegar em casa as vezes. De conhecer gente nova todos os dias. De não ter que fazer nada por obrigação. De viver sem angústia, sem ciúme, sem desconfiança. De viver. Acredito que todo mundo precisa passar por essa fase na vida. Intensamente inclusive. Sabe, entendo que talvez essa não seja sua praia. 

Ou talvez você nunca vá saber se é. Eu mesmo não sabia que era a minha, e veja só você, hoje sou surfista profissional. O que percebo são pessoas abraçando seus relacionamentos como quem segura uma boia em um naufrágio. Como se aquela fosse sua última chance de sobrevivência. Eu não quero uma vida assim. Nessa hora talvez você queira me perguntar: “Mas e aí? Vai ficar solteirão para sempre? Vai ser assim até quando?” E eu vou te responder com a maior naturalidade do mundo: “Vai ser assim até quando eu quiser”. Quando encontrar alguém que seja maior que tudo isso, ou talvez alguém que consiga me acompanhar. E não venha me dizer que aquele relacionamento meia boca seu é algo assim. O que eu espero é bem diferente. 

Quando se gosta da vida que leva, você não muda por qualquer coisa. Então para mim só faz sentido estar com alguém que me faça ainda mais feliz do que já sou, e como sei que isso é bem difícil, tenho certeza que o que chegar será bem especial. E se não vier também está tudo bem sabe? Eu realmente não acho que isso seja um objetivo de vida. Não farei como muitos que se deixam levar pela pressão dessa sociedade. Tanta gente namorando pra dizer que namora, casando pra não se sentir encalhado, abdicando da felicidade por um status social. Aí depois vem a traição, vem o divórcio, a frustração e todo o resto tão comum por aí. Não, não. Me deixa quietinho aqui com minha vida espetacular. 

Pra ser totalmente sincero com você, a real é que não é sua situação conjugal que te faz feliz ou triste. Conheço casais extremamente felizes e outros que estão há anos fingindo que dão certo. Conheço gente solteira que tem a vida que pedi para Deus e outros desesperados baixando aplicativos de paquera e acreditando que a(o) ex era o grande amor e que perdeu sua grande chance. Quanta bobagem. A verdade é que só você mesmo pode preencher o seu vazio, e colocar essa missão nas mãos de outra pessoa e pedir pra ser infeliz. Conheço sim vários casais incríveis, assim como tantos outros que não enxergam que estão se matando pouco a pouco. Só peço que não deixem que o medo da solidão faça com que a tristeza pareça algo suportável. Viver sozinho no início pode parecer desesperador, mas de tanto nadar contra a maré, um dia você aprende a surfar. 

E te digo que quando esse dia chegar, você nunca mais vai se contentar em ficar na areia. Desse dia em diante só vai servir ter alguém ao seu lado se este estiver disposto a entrar na água com você.

- Rafael Magalhães

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Sempre que me chamam de louco

Sempre que me chamam de louco - o que acontece com frequência por eu ter esse jeito espalhado, instável e sem papas - eu rio. Minha vontade é sentar com o cidadão e explicar que o que ele pensa que sabe sobre mim é muito pouco. Eu não sou só louco (de pedra); sou perfeccionista crônico, meço tudo com os olhos e tenho rituais estranhos. Não troco de perfume, e pela manhã, não falo antes do café. Anoiteço os olhos pra manter a salvo segredos. Quando grito e bato portas, esqueço. Quando me calo, é porque dói. Sou um louco que odeia o orgulho, que tem mania de justiça e que não sabe fingir que não viu. O que acontece é que prefiro me assumir louco do que fingir sanidade. Como dizia minha avó: "Eu me faço de louca, meu bem, para viver."

- Jackye Monteiro

Eu perdoo você

Você só pode dizer a alguém "eu amo você" depois de ter dito infinitas vezes a esse mesmo alguém a frase "eu perdoo você". Porque, na verdade, só sabemos que amamos depois de ter tido a necessidade de perdoar. Antes do perdão, nós podemos até ter admiração por alguém, mas admirar ainda não é amar.

Admiração não nos leva a dar a vida por outro alguém. Admiração é um sentimento, uma situação superficial, mas eu sei que amo depois de ter olhado nos olhos de alguém que errou comigo e dizer "eu não posso viver sem você. Apesar de ter errado tanto, você continua sendo especial".

Isso é amar.

Me procura você

"Não sei se toda essa coisa patética é mesmo necessária. Esse negócio de sentimentos demonstrados demais meio que estraga. Tô aqui aprendendo que nem todos dão valor ao que você pode oferecer, e acabar demonstrando afeto demais começa a encher o saco; e eu digo tudo isso da minha parte. Chega de ligações, preocupações, sentimentos demonstrados aos extremos. Não quer me ligar, não liga, mas também não ligarei. Não quer me ver, não me veja, mas também não sairei que nem doido atrás de você pra saber se a gente vai se ver, que horas é o nosso encontro. Não mais. É apenas um aviso que eu deixo, bem simples: se quiser, me procura você."

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Profissão de fé

"Prefiro um ateu que ama o próximo a um devoto que o oprime. Não creio no deus dos torturadores e dos protocolos oficiais, no deus dos anúncios comerciais e dos fundamentalistas obcecados; no deus dos senhores de escravos e dos cardeais que louvam os donos do capital. Nesse sentido, também sou ateu.

Creio no Deus desaprisionado do Vaticano e de todas a religiões existentes e por existir. Deus que precede todos os batismos, pré-existe aos sacramentos e desborda de todas as doutrinas religiosas. Livre dos teólogos, derrama-se graciosamente no coração de todos, crentes e ateus, bons e maus, dos que se julgam salvos e dos que se creem filhos da perdição, e dos que são indiferentes aos abismos misteriosos do pós-morte.

Creio no Deus que não tem religião, criador do Universo, doador da vida e da fé, presente em plenitude na natureza e nos seres humanos.

Creio no Deus da fé de Jesus, Deus que se aninha no ventre vazio da mendiga e se deita na rede para descansar dos desmandos do mundo. Deus da Arca de Noé, dos cavalos de fogo de Elias, da baleia de Jonas. Deus que extrapola a nossa fé, discorda de nossos juízos e ri de nossas pretensões; enfada-se com nossos sermões moralistas e diverte-se quando o nosso destempero profere blasfêmias.

Creio no Deus de Jesus. Seu nome é Amor; sua imagem, o próximo."

- Frei Britto

Inteiro

"Imprimo o que me contém. Não espere que eu seja contido. Minhas emoções extravasam minhas bordas, borbulham na superfície, transbordam de mim. Expresso o que me toca. Não me peça pra ser impassível. Sou feito de sentir. E meu sentir faz bagunça, sobe no palco, salta do peito. Gosto de viver assim: des-me-di-da-men-te-a-pai-xo-na-do.
  
Quisera eu ser feito de silêncios. Daqueles que restauram e espelham. Daqueles que traduzem. Tem muito barulho por aqui. Tem o riso solto, a alegria escancarada, a música alta. Tem a vontade de realizar e uma implicância danada com essa coisa de se bastar. Uma fé infantil no futuro. Sou feliz e grato com a vida que tenho, mas vivo seguindo o conselho de Fernando Pessoa: "não acostumo com o que não me faz feliz e revolto-me quando julgo necessário."

Não sei fingir sentimentos. Não sei ensaiar simpatia. Ainda não aprendi a ignorar o que me ofende, me acomodar com o que incomoda, usar o silêncio como suposta superioridade e pseudo-atestado de controle. Jamais conseguiria, vivo à flor da pele, obedeço o coração. Meu riso será indecente quando surgido, meu questionamento será inevitável quando provocado, meu choro, um convite: me conheça.
  
Me faça surpresas, me leve para ver o pôr do sol. Sou cativado por detalhes, um encantado por pequenices. Me escreva qualquer frase que combine com o seu querer, apareça do nada e me presenteie com cheiros, com cores, com vinho, com móbiles e palavras. Não é difícil me fazer sorrir.

Não me queira cético. Acredito em milagres, em intuições, em abraços e em declarações de amor. Desacreditar seria desistir, seria entristecer. E eu recuso todo e qualquer convite da tristeza. Alegria é o que me inspira. Emoção o que me traduz. Acreditar é o que explica a minha vida. 

Me faça convites, me conte uma história. Vamos deitar numa pedra e admirar o céu sem procurar saber da hora. Meu relógio pára numa prosa em boa companhia. Espere de mim ideias, perguntas e também respostas. Respostas gentis, atenciosas, debochadas ou tortas. Tem opção para todos os gostos e reciprocidade para todos os gestos. Mas não espere de mim amarguras. Não confunda a minha receita. Tenho doses de doçura e pimenta para muitas porções, mas nunca cultivei o rancor. 

Espere de mim o perdão, o pedido e o concedido. Sei reconhecer minhas falhas e acredito em qualquer um até mesmo depois que me prove o contrário. Sei dar segunda chance a quem merece, a quem faz valer a caminhada. E assumo todos os riscos. Prefiro assim do que me confortar com serás. Sou adepto do tentar e também do refazer. 

Conte comigo, te dou meu ombro e minha sinceridade. Chegue mais perto, pegue na minha mão. Divido meus sonhos contigo, te empresto meus discos e meus livros. Me dê conselhos, me dê espaço. Repouso no teu colo e te conto a minha história. Tenho essa mania errante de me espalhar por aí. 

Não tenho muita paciência, releve esse meu pesar. Não tenho vocação pra viver a conta-gotas. Me instigue mas não me provoque tanto. Me queira sereno, quieto, satisfeito. Tenho febres elevadas, desejos insaciáveis, tenho coragens infinitas quando desafiada. Tenho a mania de deixar o desaforo da porta pra fora. Sabe aquele texto da Martha Medeiros que diz: "Não grite comigo. Tenho o péssimo hábito de revidar"? Pois é. Se eu pudesse, estenderia a mão e diria a autora: bate aqui. Meu maior defeito talvez seja este. Minha defesa primeira. 

Conte com a minha bondade, abrace o meu afeto, mas não subestime a minha mansidão. Não apronte comigo contando com a minha suavidade. Ainda não aprendi com a sabedoria daqueles que deixam pra lá, não compactuo com aqueles que se contém corroendo por dentro. Nessas horas extravio a educação bonita que mamãe me deu e sigo concordando que respeito é pra quem tem. 

Pareço vento e de repente eu seja mesmo. Mas veja, sou simples de se capturar. Meu parecer talvez seja este: eu simpatizo com os urgentes e me recolho na intensidade. Suplico a paciência e enlouqueço na espera. O talvez não me responde, o quase não me convence, o "não sei" me sufoca o peito e me arde toda. 
Eu vivo é de quereres, insaciáveis e emergentes. Reciclo minhas coragens e não confiro a temperatura da água. Eu mergulho. Inteiro. E descubro que sei nadar."

- Yohana Sanfer

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Pai

Eu não faço questão de ser tudo,
Só não quero e não vou ficar mudo
Para falar de amor pra você.
Há muitos anos que não caibo mais no seu colo. Hoje meu peso já é demais para você me carregar nos seus ombros. E meus anos já não permitem certos mimos de antigamente.

Mas me flagro, às vezes, desejando que você ainda pudesse administrar minha vida, escolhendo os caminhos mais seguros para eu caminhar. Caminhada essa, livre de todo medo, por saber que você me observava a cada passo, tentando impedir meus tombos e tropeços.

Os anos passaram. E a vida não perdoa atrasos.

A cada dia, por mais que nenhum de nós tivesse pedido, menos controle você passou a ter sobre a minha vida. Não pôde escolher meus empregos como escolhia minhas escolas. Não pôde vetar aquela última dose de vodka como vetava o chocolate antes do almoço. Não pôde me ajudar com aquela baliza na vaga pequena como me ajudava com os pedais da bicicleta. Não pôde evitar a queda do meu celular na privada como evitou vasos quebrados por causa da bola dentro de casa.

E tudo aquilo que você fazia, e que um dia me pareceu infernal: horários estipulados para voltar para casa na noite de sábado, olhares tortos para amigos que não te pareciam boa coisa, reclamações por tempo demais no telefone, controle do dinheiro que eu tentava gastar, hoje faria todo sentido. Seria tão bom se hoje em dia você pudesse me garantir mais horas de sono, amigos mais confiáveis, uma conta de celular mais barata ou uma fatura de cartão de crédito um pouco menos imbecil…

Mas agora é comigo, pai.

E seria bom voltar ao tempo em que você me parecia imortal. Tempo em que era você quem se preocupava com a minha saúde e não eu com a sua. Tempo em que você tentava evitar meu resfriado ou ficava preocupado com meus 39 graus de febre. Mas hoje sou eu que cobro seus exames de sangue, seus exercícios físicos e tento te fazer ver que amendoim, álcool e carne vermelha não garantem uma velhice boa a ninguém.
Pois é, pai. No fundo, todo mundo já sabia que ia ser assim. Mas às vezes essa síndrome de Peter Pan nos invade e a vontade de ficar debaixo de suas asas é quase irresistível.

Mas a vida chama.

Então me levanto, lavo o rosto, vou trabalhar. Porque você me levou no colo, me carregou nos ombros, mas também me ensinou a caminhar com minhas próprias pernas. E se hoje estou na estrada, trilhando caminhos bonitos, você bem sabe que isso é obra sua.
E sabe, pai? Nesse domingo posso te dar um presente. Provavelmente não será grande coisa. Não é aquele super carro com o qual você ainda sonha, mas é fruto do meu trabalho. Fruto do que só existe por sua causa. Pela educação que você me deu, pelas notas das quais você reclamou na escola, pelas festas que você vetou em vésperas de prova.

E eu vou te olhar durante o almoço. Não com o encantamento que tinha aos 6 anos… Porque aos 6 anos era aquele amor cego das crianças. Já hoje, tenho esse olhar cirúrgico, avalio suas atitudes, aponto seus erros, reclamo dos seus defeitos. A verdade, pai, é que eu não te amo como antigamente. A verdade é que te amo ainda mais.
Te amo mais porque te vejo de verdade, com tudo de bom e de ruim, consciente de que você é um ser falho, como todos os outros, mas que, mesmo assim, consegue se manter como meu porto seguro, meu norte, aquele que me construiu, me guiou e ainda me guia, me acode nas quedas que não pode evitar, me ama com todos meus defeitos e é quem dá vida à ideia de “amor incondicional”.
É, pai, hoje você já não é tudo aquilo que foi para mim um dia.

Porque agora você é tudo aquilo que é para mim hoje. E hoje é amor dobrado, é amor firme e deliberado, desse filho, adulto e crítico, com um sentimento cada vez mais consolidado.

- Ruth Manus

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Detesto essa mania moderna de economizar.

"De poupar. De guardar. De se esconder, de se proteger, de não se valer. Detesto a falta de empolgação de quem diz “oi” e “tchau” quase ao mesmo tempo. Acho de uma covardia intraduzível quem esconde as palavras e os sentimentos lá no fundo pra não se machucar.

Deve ser por que sou do tipo que mete a cara. Que mergulha, se afoga, se fere e se recompõe – mas não deixa de ser quem é nem por um minuto. Porque prefere ser julgado a ter que se omitir. É por isso que eu gosto de quem se mostra inteiro e permite que eu faça o mesmo.

Não me surpreende, também, que este adorado adjetivo - verborragia - (...) seja considerado uma patologia, seja empregado pejorativamente. Seja confundido, comumente, com tagarelice. Dane-se, eu amo mesmo assim – aliás, tudo o que amo nesta vida tem um quê de loucura e esquisitice.

Sem tentar, nem por um minuto, ser técnico, arrisco dizer que os verborrágicos são diferentes dos tagarelas, e diferentes pra melhor, por assim dizer: não me refiro ao que fala sem parar, sem filtro e sem bom senso. Não. O verborrágico fala muito e fala o necessário. Fala o que sente, o que pensa, o que o outro precisa ouvir. Fala com os instintos e com o coração. O verborrágico ao qual me refiro é aquele que não tem medo de se cuspir pela boca. De dar vazão à alma através dos verbos. É o que te abraça com dezenas de sílabas. É quem não tem medo de se traduzir. É o que se dá ao luxo de se mostrar em um mundo em que cada palavra pesa contra você."

- Nathali Macedo

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Não sou de correr atrás de ninguém

tenho o orgulho entalado na garganta. Minha paciência se esgota com facilidade para assuntos fúteis, que não levam ninguém a lugar algum. Sem objetividade. Sem direção. Tenho feito exercício de compreensão do outro mais vezes. Juro que tento entender o comportamento do ser humano a minha volta. Ora é um tanto difícil, ora é prazeroso. Pra mim é “oito ou oitenta”, não existe meio termo. Cheguei no limite em que não necessito de tantas coisas. Joguei fora todo acúmulo, seja lá de sentimentos ou de cartas velhas espalhadas pela casa. Cansei de ver gente colecionando corações e levando junto o meu. Não, isso não é uma indireta, até por que não tenho medo de falar nada. Sabe o que me aconteceu? Peguei uma caneta e giz de cera, comprei uma cartolina, coloquei na parede de frente pra minha cama e escrevi: toma vergonha na cara, menino, levanta essa cabeça e vai viver!

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Você percebe que amadureceu quando...

Você começa a fazer a maioria das coisas sozinho. Não precisa mais do apoio dos seus pais, somente quando você chega em casa e os vê bem. Vai ao médico, ao dentista, aprende os caminhos que deve fazer para chegar em tal lugar. Luta sozinho;

Não teme mais as pessoas quando você sabe que está do lado certo: o seu lado. Quando elas pensam que estão contra você, a segurança é tamanha que ninguém ousa contrariá-lo;

Você usa o que aprendeu com o tempo: falar menos e ouvir mais. Mas, quando falar, ser direto e assertivo;

Demonstra insatisfação e indignação quando percebe que mesmo podendo ser melhor as pessoas (ou os processos, que seja) não querem sê-lo. Isso incomoda profundamente.

E essa é uma das lições que mais sábias: você já ficou indignado hoje?

domingo, 13 de julho de 2014

Eu voltei por entre as flores da estrada

"Não perca seu tempo comigo, porque sou fiel aos meus sentimentos. Vou estar com você quando eu realmente quiser estar. Vou te ligar quando eu quiser falar com você. Porque eu não passo vontade. E nem vou passar vontade de você. Não vou fazer joguinho. Eu me entrego mesmo. Assim. Na lata. Eu abro meu coração. Rasgo o verbo. Me dou em prosa. E se te disser que não te quero, meu olhar vai me desmentir na tua frente. Porque eu falo antes de pensar. Eu falo até sem sequer pensar. Eu penso falando. E se estou com você, aí, não penso duas vezes. Não penso em nada. Não quero mais nada."

Eu sabia que mais cedo ou mais tarde eu não resistira a esse blog. Sim, porque alguma coisa dentro de mim pedia para que eu continuasse a escrever, em meio a um turbilhão de informações na era do conhecimento - entenda: redes sociais. Mas eu precisava de um lugar que fosse meu, só meu, para que pudesse dissertar meus desabafos, minhas opiniões, meus textos, minhas inspirações.