sábado, 31 de dezembro de 2011

Cartas de um ano velho

O último dia do ano vem, e chega a hora de olharmos para tudo que passou, e pensar nos momentos que te fizeram chegar até aqui. E chega a hora também de agradecer.

Mãe,

Que reviravolta a nossa vida, hein? Quem diria que um dia eu escutaria da sua boca, mesmo que não fosse direcionado a mim (até mesmo porque não é isso que importa), que os filhos precisam ser aceitos do jeito que são, independente de qualquer coisa? Sou tão feliz por, depois de tanto tempo longes um do outro, você ter reconhecido que orientação sexual não muda personalidade de ninguém. Continuei sendo o mesmo menino de sempre: primeiro aluno da classe, educado, gentil, inteligente e bonito, como você sempre diz. Hoje, mais do que respeitar, você me aceita do jeito que sou. Não concorda, é verdade, mas isso não muda em nada o amor que eu sinto por você. E que você sente por mim também, por mais que você não demonstre com palavras (mas eu sim. Adoro te mandar sms dizendo no final que "te amo"), pois afinal foi assim que você aprendeu. Aprendeu, finalmente, que filhos serão eternamente filhos.

Pai,

Você é meu nego! Um cara admirável. De manobrista a engenheiro civil. Foi por você que eu voltei. Por todas as vezes que eu vim te visitar e você sempre disse que "aquele" era o meu quarto, mesmo que na época fosse o de hóspede. Foi por te ver chorando, dizendo que "nós vamos voltar a comer pão juntos", que eu quis vir te proteger (por mais que na maioria das vezes seja você que faz isso comigo, porque só querer a minha felicidade). Obrigado por ser meu pai, meu herói, meu bandido. Por só querer o meu bem. Mais do que isso, obrigado por também me aceitar do jeito que eu sou. Por não tocar nesse assunto e nem por isso deixar de me tratar como quando não sabia da minha orientação sexual. Nos bilhetes, eu sei que você chora quando eu também te digo que te amo. Você é chorão, fresco para comida, perfeccionista, pontual e egocêntrico: então, somos dois.

Verinha,

Eu sempre vou chorar quando eu lembrar de tudo que você representou para mim nesse ano, e que continuará representando no resto da minha vida. Eu te vi chorar quando nos despedimos ao saber que não nos veríamos mais no dia seguinte, pela primeira vez, depois de tanto tempo de parceria, e eu nunca imaginava que aconteceria isso. Você deixou de ser minha melhor chefe (desculpa pelos momentos que eu esquecia disso) e passou a ser minha amiga. Minha melhor amiga. Minha mãe. É, por muitas e muitas vezes foi assim que eu te vi. Com seus abraços, seus beijos, seus puxões de orelha, nossas risadas incontroláveis, sua marmita que eu comia todo dia um pouquinho, só para te pirraçar, ou só para te ouvir dizendo meu nome completo. Com suas lições, seus empurrões, suas experiências. Você faz parte do que eu sou hoje, Verinha, e eu serei eternamente grato por isso. Você não tem noção de como você me faz falta! É como se faltasse parte de mim ali, todos os dias, para me ensinar alguma coisa diferente, mesmo quando eu "achava" que já sabia de cor e salteado.

Sérgio,

Você tem que estar aqui. Você chegou na minha vida como só um cara que eu queria ser quando eu tivesse a sua idade. Quando eu te disse isso, você me respondeu: "quando você tiver a minha idade, você será muito melhor do que eu". E foi a partir daí que criamos intimidade, descobrimos afinidades, e nos tornamos amigos. Obrigado pelo reconhecimento do meu trabalho, por perguntar todos os dias se eu estava bem e querer saber mais sobre a minha vida quando eu dizia não para essa pergunta. Você era minha motivação todos os dias, por mais que, por vezes, eu quisesse desistir de tudo aquilo, e partir para outra. Mas foi nesse momento, quando eu consegui partir para outra mesmo, que você foi o primeiro a me ligar, me desejar os mais sinceros parabéns, e quase pular de alegria junto comigo. Me senti abraçado por você naquele momento e isso me fez ver o quanto você torce por mim. Que apesar de todas as mancadas, foi meu pai: "tudo é bom ou ruim dependendo que vem depois". São pessoas como você que fazem verdadeiramente a diferença na vida de uma pessoa. E pode ter certeza, que mais do que ter feito a diferença, você marcou a minha.

Aos amigos,

Ana Carolina, Camila Oliveira, Camila Menezes, Carolina Leonardo, Débora Oliveira, Fernanda Brozinga, Francyne, Igor, Jaderson, Karen, Lourdes, Luciano, Monique, Nathália, Simone Rocha, Simone Menezes, Taíza e Victor,

Foi esse ano que eu descobri o quanto cada um de vocês se tornou importante na minha vida. Podem ter certeza que vocês me fizeram melhor enquanto eu estive ao lado de vocês, compartilhando algum momento de nossas vidas juntos. Alguns continuam comigo todos os dias, outros o destino quis nos afastar, mas, independente disso, estão no meu coração e na maioria das vezes no meu pensamento também. É por causa de vocês que eu dou risada sozinho na rua lembrando de alguma situação engraçada, que eu lembro de alguma frase dita quando eu preciso refletir em algum momento da minha vida, que eu choro mais ainda quando eu lembro da importância de vocês para mim à noite deitado no travesseiro. Desculpe se eu falhei algum dia com vocês, e devo ter falhado mesmo, mas tenham plena certeza de que eu errei tentando acertar. Tentando fazer do jeito que sei: o melhor.

Fernando,

Se eu for falar de 2011, é sempre de você que eu vou lembrar em primeiro lugar. Você esteve comigo nos momentos felizes, e nos momentos tristes também. Me fez mais forte. Durante 10 meses desse ano inteiro, foi com você que eu contei para tudo. Foi você o meu alicerce, a minha base, o meu tudo. Obrigado por comprar o meu remédio quando eu estava doente, comprar Salonpas quando eu acordava morrendo de dor nas costas, esquentar o leite para mim mesmo quando eu tinha que entrar muito cedo, fazer o pão assado na frigideira que eu tanto gostava quando você fazia. Obrigado pela primeira festa de aniversário surpresa, por me levar no ponto de ônibus e esperar até eu pegá-lo, pelos sorvetes, pelas pizzas, pelas ligações inesperadas, pelas preocupações com o menino bobo aqui. Não posso deixar de mencionar também as muitas brigas que tivemos. Mas, por elas, eu também quero agradecer. Agradecer. Isso mesmo. Aprendi com cada uma delas, pode ter certeza. Quero deixar aqui as minhas sinceras desculpas pelas vezes que eu não respeitei o seu espaço, que eu quis ficar bem com você antes de dormir, ignorando o seu tempo. Desculpe também por todas as vezes que você tentou me mostrar a sua visão, mas que eu deixei para lá, só pensando em mim, e por tudo que eu fiz de ruim a você. Espero que você leve com você, assim como eu, só o que foi bom. Como diria Roberto Carlos, na música "Outra vez", "você foi a mais estranha história que alguém já escreveu".

Elian,

Com você, eu vivenciei alguns dos melhores momentos da minha vida inteira. Afinal, foi com você que eu fui para o Playcenter namorando pela primeira vez (e você não sabe como eu tinha vontade disso). Foi com você que eu fui pego fazendo "coisa errada", e mesmo assim continuou junto comigo, acima de qualquer coisa. Foi com você que eu dei a mão na rua, e saímos encarando qualquer um que quisesse nos colocar em xeque. Foi você que me disse da forma mais espontânea que me amava. Foram sms e sms por dia e noites a fora (mesmo que a Tim quisesse acabar com tudo. rs). Eu estive com você nos momentos que eu queria ter alguém do meu lado, para me abraçar, me beijar, me morder, me beliscar, me bater e, no fim, dizer que me amava. A nossa história começou de um jeito inusitado, e felizmente o destino nos colocou frente a frente. Antes amigos, depois namorados. E foi isso que nos fez mais forte. Elian, obrigado por todas as noites que você antes de dormir dissera que me amava, porque, nos momentos que eu mais precisei, foi daqui que eu tirei forças para continuar seguindo em frente. Sobre o presente, nosso sentimento não merece injustiças. Sobre o futuro, deixe-os na mão de Deus, e Ele saberá o que fazer.

Bruno,

Você esteve comigo esse ano o tempo inteiro, mesmo quando você estava longe. Mesmo quando a gente ficou um tempão sem se falar. Mesmo quando você não queria falar comigo, nem eu com você. Foi com você que eu dividi todos os momentos da minha vida. Foi com você que eu dei as minhas melhores risadas, derramei as mais dolorosas lágrimas, senti o mais intenso abraço e ouvi as coisas que eu queria e não queria ouvir. Eu só tenho a agradecer por você me conhecer tanto, e me amar por isso, na mesma intensidade que eu amo você. Sinceramente, espero contar com você o resto da minha vida. Porque, sem você, a minha vida não terá mais graça. É você a minha metade. Meu braço direito. Minha razão de querer estar vivo. Você faz parte de mim. Sem você, meu rádio fica mudo, minha tv fica sem cor, meu violão fica sem som. Sem você, meu corpo não reflete mais no espelho, minha casa cai. Sem você, eu perco o chão.

Aos que torceram contra,

Vocês conseguiram me derrubar. Só não conseguiram, "infelizmente", me deixar lá. Afinal de contas, eu sou como um vidro mesmo: me jogam no chão, e eu quebro. Dilacero. Mas não pisem em mim, porque eu te corto feio. Desejo que no próximo ano vocês continuem assim, porque é desse jeito que me fazem mais forte todos os dias. Mais vivo, mais intenso, mais completo. "Valeu, muito obrigado, mas com vocês eu sou uma puta": artificial.

Deus,

A você, só tenho que pedir que continue mudando os meus planos todas as vezes que você trouxer o melhor para mim, como fizestes esse ano. Não me deu o que queria, só me deu o que eu mereci. E eu serei eternamente grato por isso. Você, no fundo, deve dar mesmo muita risada comigo. Por todas as vezes que eu achei que estava inovando nos meus planos, você veio com todo carinho e me colocou no colo, e ainda disse que não era assim que se fazia. Que muita coisa ainda tinha para acontecer. Se 2010 foi um ano de divisor de águas na minha vida, 2011 foi um ano de lições. O que eu não aprendi no amor, eu aprendi na dor. Aprendi com os meus erros, e com os erros dos outros também, afinal, eu não conseguirei cometer todos os erros numa vida só.


É por essas e outras, que eu só tenho a dizer: vem que vem 2012! Feliz ano novo!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

A gente não faz amigos, reconhece-os

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos.

Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências. A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não têm noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo. Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo. Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer.

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos.

  (Vinícius de Moraes)

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

As pessoas que ficam loucas são aquelas que não aprenderam a conviver com suas loucuras

A vida sempre é tão surpreendente que somente com uma boa dose de loucura conseguiremos fluir em suas ondas. Uma pessoa certinha vai ser muito rígida para agüentar a fluidez da vida. As pessoas que ficam loucas são aquelas que não aprenderam a conviver com suas loucuras. Acredite, não existe um mapa para ser feliz, mas existe uma forma de caminhar para ser feliz. Com serenidade, abertura, disponibilidade e uma grande dose de loucura. Não existe um mapa para a felicidade porque a felicidade consiste exatamente em explorar a vida com paixão e intensidade. Viva intensamente.

(Adele)

sábado, 24 de dezembro de 2011

Que o amor é justamente o momento em que você descobre o outro fazendo tudo errado

Se um dia na sua vida você tiver que saber quem na vida mais te amou, quais foram as pessoas que mais te amaram de verdade, é só descobrir as pessoas que mais te perdoaram. É uma matemática fácil de ser feita. Porque na vida nós só temos o direito de dizer que amamos depois de muitas outras vezes termos precisado perdoar alguém. Que o amor é justamente o momento em que você descobre o outro fazendo tudo errado, tudo ao contrário do que prometeu, e mesmo assim você ainda tem reservas aí dentro pra trazê-lo de volta, pra olhá-lo nos olhos no momento em que ele não merece, pra desconcertá-lo com seu perdão, no momento em que ele esperava sua gozação. Da mesma forma, se você quiser saber quem você mais amou, é só começar a contar nos dedos as pessoas que você mais precisou perdoar. Porque o amor não existe fora do perdão. Se essas pessoas que dizem que te amam só porque você faz as coisas certas, cuidado! Porque no dia em que você não conseguir fazer tudo certinho e ela te dispensar, não fica triste não … É porque nunca te amou!

(Padre Fábio de Melo)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Porque tudo que eu tenho é seu

Mas você é diferente. Por você eu me apaixonaria todos os dias, se preciso fosse. Você não é qualquer um. Você tem um brilho diferente no olhar. Estar ao seu lado me deixa mais completo, mais leve, mais feliz e em paz com o mundo. Mais confiante. Mais… sei lá, seguro. Eu sinto que, de verdade, nossos destinos estavam traçados. É como se o universo quisesse assim.

E mesmo que não seja pra sempre, eu volto nas lembranças só pra te buscar, só pra poder viver no lugar mais seguro do mundo. Mesmo que eu siga em frente, eu sempre vou te levar em cada pedaço de mim... Porque tudo o que eu sou, tudo o que eu tenho é seu.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Não perca seu tempo comigo

(...)

Porque sou fiel aos meus sentimentos. Vou estar com você quando eu realmente quiser estar. Vou te ligar quando eu quiser falar com você. Porque eu não passo vontade. E nem vou passar vontade de você. Não vou fazer joguinho. Eu me entrego mesmo. Assim. Na lata. Eu abro meu coração. Rasgo o verbo. Me dou em prosa. E se te disser que não te quero, meu olhar vai me desmentir na tua frente. Porque eu falo antes de pensar. Eu falo até sem sequer pensar. Eu penso falando. E se estou com você, aí, não penso duas vezes. Não penso em nada. Não quero mais nada.

(...) Mas, talvez, eu precise dos seus braços fortes. Das suas mãos quentes. Do seu colo pra eu me deitar. Do seu conselho quando meu lado menino não souber o que fazer do meu futuro. Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja todo você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça nunca pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo.


Você não vai me ver mentir. Desista. Mentiria sobre a cor do meu cabelo. Sobre minha altura. Até sobre meus planos para o futuro. Mas não vou mentir sobre o que eu sinto. Nem sob tortura. Posso mentir sobre minha noite anterior. Sobre minha viagem inesquecível. Mas não agüentaria mentir sobre você por um segundo. Não na sua cara. Mentiria pras minhas amigas sobre a sua beleza. Diria que tem corpo de atleta e um quê de Don Juan (mesmo sabendo que elas iriam descobrir a farsa depois). Mas não me faça mentir e dizer que não te quero. Que eu não estou na sua. Não me obrigue a jogar. Não me obrigue a dizer “não” quando eu quiser dizer “sim”. Não me faça tirar você da minha vida porque meu coração ainda acelera quando você me liga.

Porque eu não quero entrar no seu carro se não puder entrar na sua vida. Não me conte seu passado se eu não puder viver seu presente. Não faça planos comigo se não me incluir no seu futuro. Não me apresente seus amigos se, amanhã, vou virar só mais um. Me poupe do trabalho de adivinhar seus pensamentos. Diga que me quer apenas quando for verdade. Diga que está com saudade apenas se sentir minha falta do seu lado. Peça minha companhia quando não desejar só meu corpo. Me ligue quando tiver algo pra dizer. Mas, por favor, me desligue quando não estiver mais afim de mim.

(Autor desconhecido)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

"Às vezes você tem que esquecer o que você quer, pra começar a entender o que você merece."


Você não amadurece ao comemorar mais um ano de vida.
Você não amadurece quando descobre quem não corre por você.
Você não amadurece quando não é prioridade, mas sim opção.
Você amadurece ao cair e levantar sozinho, sem que ninguém precise te ajudar.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Quando você me deixar

Quando você me deixar, não dê explicações. Não use frases feitas. Não diga que o problema é você, não eu. Não fale que gosta de mim como amigo. Não me venha com aquele papo de pessoa-certa-na-hora-errada. Não coloque a culpa no trabalho, nos estudos, na falta de tempo. Sobretudo, não coloque a culpa em mim.

Quando você me deixar, não use desculpas, porque não passam disso: palavras vazias e convenientes. Já estive em seu lugar, já as utilizei e bem sei que são todas mentiras. Quando você me deixar, não retome velhas brigas, não reviva ressentimentos, não reabra as feridas. 

Quando você me deixar, não me beije, não me abrace. Não me lance seu olhar de piedade. Não tente me consolar. Diga somente que está me deixando – diga com todas as letras, porque precisarei ouvir. Depois, cale-se e vá embora.

Quando você me deixar, em nome dos nossos bons momentos, tenha clemência: seja breve.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ter ou não ter namorado

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão, é fácil. Mas namorado, mesmo, é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida; ou bandoleira basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.

Quem não tem namorado é quem não tem amor é quem não sabe o gosto de namorar. Há quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto de chuva, cinema sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho.Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.

Não tem namorado quem faz pacto de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar. Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre meia rasgada; de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário. Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, de fazer cesta abraçado, fazer compra junto.

Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor. Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira – d’água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro. Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada, ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.

Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.

Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim.

Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria. Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido. 

ENLOU-CRESÇA.
(Artur da Távola)

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Me morde, e eu te como.

Bateu uma vontade louca de sair correndo das redes sociais, de não ter que ver mais algumas que eu gostaria muito de não ler mais. Não quero saber mais como andam as coisas por lá, quem foi promovido, quem pediu as contas, como anda o volume de trabalho de um, quem derrubou o outro. Quem conseguiu o que queria há muito tempo - eu com muita vontade de dizer "finalmente", de uma forma bem sarcástica, para mostra que não, não é aquilo que todos pensam que é. Eu quero quem se importa comigo. Como eu estou depois de tudo que eu passei. E, olha só, nem lembram mais do que aconteceu. Já virou página virada - graças a Deus.

Descobri ainda como eu não gosto de pessoas que prometem pra mim uma coisa que elas não vão cumprir. Eu odeio isso, aliás. Eu sou muito perfeccionista, apegado à detalhes. Eu presto muito mais atenção nas coisas menores do que nas maiores. É lá que eu encontro a diferença. E isso é um perigo. Eu saberei exatamente quais foram as palavras que você usou quando eu me sentir ofendido por você. E eu as repetirei se for necessário, pode ter certeza. Aprendi a não ser vingativo, nem orgulhoso, mas aprendi também a me calar. A silenciar o meu mais profundo sentimento, sem guardar nenhum tipo de rancor. Não é isso. É deixar para depois mesmo. Saber o momento certo de usá-la, sem dar a sensação de que estou "jogando na cara". É mais do que isso: é mostrar que não podemos, de jeito nenhum, fazer com as pessoas que a gente ama de verdade o que não queríamos que fizessem com a gente.

"Posso ser de mel, e de veneno. Posso ser muito humana, e muito bicho também. Me morde e eu te como."
(Clarice Lispector)

Hoje eu só quero que o dia termine bem, porque amanhã... ah, amanhã é um outro dia!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Bateu de novo à minha porta, hein?

E não sabe como eu sou grato por isso! Por ter encontrado, finalmente, alguém parecido comigo. Que ri das minhas graças, é resistente (nada de fragilidades, frescuras, delicadezas desnecessárias),  me bate, me belisca, me morde, diz que me ama quando eu menos espero, me manda sms (e não manda também! rs) perguntando se eu dormi bem, se preocupa comigo. Me faz rir, me irrita, me abraça, me beija, me deseja, diz que não se imagina mais longe de mim.

Ah, o amor... Que de tão grande não tem tamanho, não tem hora, nem lugar. Ele simplesmente acontece, e você não sabe como explicar.

Feliz!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Morrer [também] é preciso

Nós estamos acostumados a ligar a palavra ‘morte’ apenas à ausência de vida, e isso é um erro.
Existem outros tipos de morte e precisamos morrer todo dia. A morte nada mais é do que uma passagem, uma transformação. Não existe planta sem a morte da semente, não existe embrião sem a morte do óvulo e do esperma, não existe borboleta sem a morte da lagarta... Isso tudo é óbvio. A morte nada mais é que o ponto de partida para o início de algo novo. A fronteira entre o passado e o futuro.

Se você quer ser um bom universitário, mate dentro de você o secundarista aéreo que acha que ainda tem muito tempo pela frente.

Quer ser um bom profissional? Então mate dentro de você o universitário descomprometido que acha que a vida se resume a estudar só o suficiente para fazer as provas.

Quer ter um bom relacionamento? Então mate dentro de você o jovem inseguro, ciumento, crítico, exigente, imaturo, egoísta ou o solteiro solto que pensa que pode fazer planos sozinho, sem ter que dividir espaços, projeto e tempo com mais ninguém.

Quer ter boas amizades? Então mate dentro de si a pessoa insatisfeita e descompromissada, que só pensa em si mesma. Mate a vontade de tentar manipular as pessoas de acordo com a sua conveniência. Respeite seus amigos e colegas de trabalho e vizinhos... Enfim... Pois todo processo de evolução exige que matemos o nosso "eu" passado, inferior.

E qual o risco de não agirmos assim?

O risco está em tentarmos ser duas pessoas ao mesmo tempo, perdendo o nosso foco, comprometendo essa produtividade, e, por fim, prejudicando nosso sucesso. Muitas pessoas não evoluem porque ficam se agarrando ao que eram, não se projetam para o que serão ou desejam ser. Elas querem a nova etapa, sem abrir mão da forma como pensavam ou como agiam e acabam se transformando em projetos, acabados, híbridos, adultos infantilizados. Podemos até agir, às vezes, como meninos, mas de uma forma que não constante. Para nos livrarmos de algumas virtudes de criança, são necessários anos e anos.

Adultos precisam SIM de brincadeiras, sorriso fácil, vitalidade, criatividade, tolerância. Mas, se quisermos ser adultos, devemos necessariamente matar atitudes infantis, para passarmos a agir como adultos.

Quer ser alguém (líder, profissional, pai, cidadã, amiga)? Melhor e evoluído? Então, o que você precisa matar em si, ainda hoje, é o "egoísmo" é o "egocentrismo", para que nasça o ser que você tanto deseja ser. Pense nisso e morra. Mas não esqueça de nascer melhor ainda. O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem e, por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.

Fernando Pessoa

domingo, 20 de novembro de 2011

A vida não é o quanto você bate. É quanto você aguenta apanhar.

Conversar com ele ontem, mesmo que pouco, me fez bem. Além de ter me feito chorar, me feito relembrar momentos inesquecíveis em nossas vidas, me feito pensar em quanto você foi por mim e eu fui por você, o quanto nós crescemos como pessoas juntos, me fez mais forte também. Me fez entender, de uma vez por todas, que estamos em realidades diferentes, em momentos opostos um do outro.

Me convenci que até os melhores amigos passam, principalmente quando eles escolhem ficar "sozinhos". Ou melhor dizendo "sozinhos da sua companhia". [Sim, porque ao lado de outros amigos ele sempre estará. É do tipo que não vive sem eles.] Sai convencido também de que a pessoa que você se tornou eu não quero ao meu lado, de verdade. Ele até insiste em dizer que fui eu quem o ensinei a ser assim. Desculpa, mas eu nunca fui assim e nem nunca exigi que os outros fossem. Tão frio, tão egoísta, tão centrado em si. Daqueles que julga, condena, e coloca o dedo na cara. Não tem tempo para perdão; o que importa é só sua felicidade. Só.

Sinto muito por isso. Também estou conhecendo pessoas novas, tão interessantes quanto ele [ainda bem!]. Ainda não me conhecem o quanto você, mas estão me fazendo muito feliz (e é isso que importa, né?). Não são daquelas que exigem prioridade a todo custo, que sempre querem estar no centro das atenções. Pelo contrário...

São daquelas que amam, incondicionalmente.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém

Fizeram a gente acreditar que amor, amor mesmo, pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, sendo igual. Que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável. Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório, e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto. Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente! Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém.

John Lennon

domingo, 16 de outubro de 2011

Meus professores, meus amores

Eu só queria abraçar todos os meus professores hoje. Todos mesmos. Os bons e também os ruins, porque foram eles que me mostraram o que eu quero, e o que eu não quero ser. Seguir o mesmo caminho que eles, numa forma diferente de atuação, não foi fácil, não foi apoiado por muitas pessoas, mas foi uma escolha para a vida inteira. Uma escolha de atitude. Mais do que isso, uma escolha de amor.
Hoje, eu sei o quanto é gratificante um aluno seu lhe agradecer, depois de um tempo, os bons resultados que conseguiu através do que você ensinou. Ser educador é isso: é mostrar o caminho. É mais do que ensinar a pescar, é mostrar as conseqüências de não saber fazer. É ser rígido, disciplinador, incoerente, chato, rabugento. No final, vale a pena. Eles reconhecem isso. Entendem a importância só de um tempo (e é preciso oferecer isso a eles). É, eu ainda sou um bobo apaixonado pelo que eu faço. Eu acredito em todos aqueles que passam pela minha sala, e fico frustrado quando eles não conseguem o que querem. Sinto-me culpado. Penso que sou parte disso.
Obrigado, meus professores! Obrigado, meus alunos! Que esse dia seja de reflexão, e nos faça pensar que conhecimento não pode ser egoísta: só tem sentido se for compartilhado.

domingo, 7 de agosto de 2011

Abaixo o orgulho hétero!

Pense nos privilégios que um hétero tem. Quando você sentiu vergonha de ser hétero? […] Quando você foi discriminado por ser hétero? […] Ter orgulho de ser hétero é querer celebrar a sorte que você tem simplesmente por ter nascido hétero. […] Ninguém vai te expulsar do recinto, ninguém vai te bater ou matar, ninguém vai querer te transformar, ninguém vai dizer que se envergonha de ser seu pai/mãe, ninguém vai pensar que sua orientação sexual é depravada ou relacioná-la à pedofilia, ninguém vai te despedir do emprego por causa da sua heterossexualidade, ninguém vai dizer que o que você faz é pecado e que você vai arder no inferno por conta disso.

Abaixo o orgulho hétero, Kassab!

domingo, 10 de julho de 2011

Hoje eu só quero que meu dia termine bem

Queria escrever algo aqui que traduzisse o que eu quero dizer. Sempre fui bom nisso, naqueles momentos que eu mais queria desafar. Mas as palavras não estão vindo mais à mão, ou aos meus pensamentos, para que eu consiga transcrevê-las, passá-las para frente. Estão ficando pelo meio do caminho, e nas poucas vezes que chegam não chegam por completo. São metades; e elas acabam me sufocando.

As pessoas que ontem eram minhas inspirações, hoje não são mais. Infelizmente, eu diria. Elas têm errado comigo, de forma bruta, e eu não tenho mais enxergado verdade, justiça. Sinto que está ficando na palavra, e não na atitude. E, como para qualquer um, as atitudes importam mais. Muito mais.

Em compensação, estou me apaixonando por outras. Estou, graças a Deus, encontrando novas pessoas para eu admirar, para eu querer ser, um dia, parecido. Me orgulhar das coisas que eu fiz, das coisas que eu passei para chegar aonde eu cheguei. Para poder contar para os outros com brilho nos olhos, com a boca cheia.

É isso. Estou ansioso para viver meu futuro. Bem... pelo menos o futuro que eu imaginei para mim. Antes, eu poderia até dizer que eu voltaria para a casa dos meus pais, mas hoje eu não consigo mais pensar nisso. Meu futuro é longe da casa dos meus pais. Penso que estaria ocultando, ao lado deles, uma pessoa dentro de mim, para satisfazê-los. E essa pessoa, aqui dentro, é a que eu mais admiro, diga-se de passagem.

Estou agradecendo àquele Homem lá de cima todos os dias por tudo que eu tenho; não tenho tudo que amo, mas amo tudo que tenho. De verdade. Estou buscando motivos para ser Luan. Para que todos os dias terminem bem.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Sejamos gays. Juntos.

Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Tarumã, Goiás. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.
Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.

Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.

E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.

Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva. Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim? Quero então compartilhar essa ideia com todos. Sejamos gays! Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: eu sou gay!
Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.

Me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.
Eu também, Carol.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Eu preciso exercer minha indignação

Sinceramente. Eu preciso exercer minha indignação. Não faz mal não, viu? Muito pelo contrário! Enriquece quando falamos o que pensamos e tem alguém que dá ouvidos para isso. Só que o que me deixa indignado, que me tira do sério, é a falta de confiança no que se diz, no que se faz. São pessoas que estão, o tempo inteiro, contra você. Chega uma hora que isso irrita, que você estoura.

Mas, olha só... São essas mesmas pessoas que não estão nem aí para isso. Quando você vê, ela está colocando palavras na sua boca. Chega! Não sou mais nenhuma criancinha, que é dependente o tempo todo. Sei bem o que faço, e tenho minhas opiniões próprias. Pode não ser a mesma que a sua, mas aprenda a respeitá-la.

Adquirimos o respeito dos outros, quando respeitamos-os também. A mudança que queremos ver no mundo tem que vir de dentro para fora, e não o contrário. Pelo amor de Deus! Não dá para ficar dizendo "amém" para tudo sempre. Foda-se se ele é um gestor, um coordenador ou o caralho a quatro. Ele, antes de ser isso, é uma pessoa. E, por ser isso, merece tratamento igual a qualquer outra.

Me sobe o sangue pensar em pessoas que só trabalham para as outras por "status". É lindo dizer, em todas as Integrações, que "as pessoas são a nossa razão de existir". Mentira! Só dizem. Teoria. Blá, blá, blá. Porra... se ninguém vai mudar nada, por que fazemos parte da gestão estratégica? Só se for de jogo de xadrez, né?

Vou viver um dia de cada vez. Uma hora. Dez minutos. Um segundo. Até o dia que eu não aguentar mais, e deixar todo mundo na mão. É. Isso mesmo. É assim que merecem ficar. Só a grama dos outros que é mais verde. Você nunca tem mérito em nada.

domingo, 12 de junho de 2011

"Espero que não durmam, e sofram como eu vou sofrer."

"Sinceramente, quero que eles fiquem arrasados em todas as derrotas. Espero que eles não durmam neste domingo, que sofram como eu vou sofrer. Só dessa forma vão encontrar o caminho para ter sucesso no trabalho. Quando você põe todo o sentimento e não consegue, isso gera uma frustração muito grande. É isso que gera consciência e a mobilização necessária para que tenhamos atitudes corretas. Não vejo nada de negativo nisso. Espero que eles se preocupem e tenham plena consciência para voltarem totalmente focados nos próximos jogos. É o lado bom junto com um sentimento ruim, de tristeza. Mas que sirva de alguma forma na nossa preparação."

Bernardinho,
técnico da seleção brasileira masculina de vôlei, após a derrota para os Estados Unidos.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Moço! Quanto custa uma cartela de paciência?

Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados! Muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia. (Ou não) Por muito pouco a madame que parece uma "lady" solta palavrões e berros que lembram as antigas "trabalhadoras do cais". E o bem comportado executivo? O "cavalheiro" se transforma numa "besta selvagem" no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar.

Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma "mala sem alça". Aquela velha amiga uma "alça sem mala", o emprego uma tortura, a escola uma chatice. O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, e até o passeio virou novela.

Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava demorando a dar o saldo. Eu, inconformado, me lembrei da fila dos bancos. Ainda, vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso, e ela deletou sem sequer ler o título, dizendo que "era longo demais".

Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus. A paciência está em falta no mercado, e, pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta. Pergunte para alguém, que você saiba que é "ansioso demais" onde ele quer chegar.

Qual é a finalidade de sua vida? Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta.

E você? Onde você quer chegar? Está correndo tanto para quê? Por quem? Seu coração vai agüentar? Se você morrer hoje, de infarto agudo do miocárdio, o mundo vai parar? A empresa que você trabalha vai acabar? As pessoas que você ama vão parar?

Será que você conseguiu ler até aqui? Respire. Acalme-se, por favor. O mundo está, certamente, apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência.

(Arnaldo Jabor)

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Faz tempo

Ufa! Quase que se passa um mês inteiro sem eu escrever qualquer bobagem por aqui. Faz tempo que eu não escrevo nada, é verdade. Mas não é por falta de vontade não, é por falta de inspiração. Às vezes, começo muito bem, obrigado, mas não sei desenvolvê-lo. Fico frustrado e saio. Correndo, na maioria das vezes.


De uns tempos para cá, descobri o prazer da leitura. Redescobri, pra ser sincero. Sou muito crítico para livros. Seletivo, eu diria. É que não gosto de estórias contadas com palavras difíceis, ou de muito antigas. Me cansam. Só que, nesses últimos tempos, li dois livros espíritas consecutivos. Cheguei até a confundir as histórias (só eu mesmo, rs). Não acredito em espiritismo (não ainda), mas as histórias contadas por eles são fantásticas. São mais do que histórias bem contadas, são lições de vida. Lições para a vida inteira. Tenho minhas críticas sobre, mas nada que seja tão importante quanto às mensagens ditas neles.

No meio de uma leitura e outra, li o livro da Bruna Surfistinha. Sempre tive curiosidade, confesso. Acredita que eu me emocionei na parte em que ela relata que sai de casa para conhecer a sua liberdade (por se aproximar um pouco da minha)? Pois é, eu chorei com a história de uma garota de programa. Não, eu não acreditava que eu fosse capaz disso. Mérito seu, Raquel.

Voltei a jogar vôlei, cara! Aos finais de semana, um bate bola, com o pessoal. Mesmo sendo “só” um bate bola, eu não entro para perder. Não faz parte da minha rotina. Não faz parte de mim jogar “só por lazer”. Imagina que eu vou entrar em “quadra”, jogar, dar o meu melhor, e aceitar perder com a mesma naturalidade que outros fazem? Eu não consigo! Se é para ser, que seja por inteiro, cem por cento. Eu gosto de vencer, eu nasci para isso (modéstia a parte). Até no par ou ímpar. Isso é meu, é de dentro para fora. Quem joga (ou jogou) comigo sabe bem como é isso. Eu falo o tempo todo, trago a responsabilidade para mim. Se bem que 1,93 de altura ajuda bastante nesse quesito...

Meu relacionamento vai de vento em poupa. Não está no seu melhor momento, e nem muito menos no momento que eu desejei estar algum dia de minha vida. Só que não desistir também faz parte de mim e é um dos meus lemas. Eu não desisto assim tão fácil das coisas que eu quero fazer e ainda não fiz. E eu não quero perdê-lo. Não por tão pouco. Sei que estamos em um momento propício à traição. Mas depende de cada um: quando um não quer, dois não brigam. Briga é inevitável, ainda mais quando você mora com a outra pessoa, mas ela não pode se tornar uma constante. Temos que mudar de atitude, de ideia, de postura. Ceder um pouco, quem sabe. Ser feliz não é sinônimo de ter razão sempre. Ser feliz é muito mais do que isso.

Mas eu isso é assunto para outro dia. Beijo, queijo.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Cachorrinhos a venda

O dono de uma loja estava colocando um anúncio na porta: “Cachorrinhos a venda”. E esse tipo de anúncio sempre atrai às crianças e logo um menininho apareceu na loja perguntando:

-“Qual é o preço dos cachorrinhos?”

O dono respondeu:

- “Entre R$ 30,00 e R$ 50,00”.

O menininho colocou a mão em seu bolso e tirou umas moedas:

- “Só tenho R$ 2,37… posso vê-los?”.

O homem sorriu e assobiou. De trás da loja saiu sua cadela correndo seguida por cinco cachorrinhos. Um dos cachorrinhos estava ficando consideravelmente para trás. O menininho imediatamente apontou o cachorrinho que estava mancando.

- “O que aconteceu com esse cachorrinho?”, perguntou.

O homem lhe explicou que quando o cachorrinho nasceu o veterinário lhe disse que tinha uma perna defeituosa e que andaria mancando pelo resto de sua vida. O menininho se emocionou muito e exclamou:

- “Esse é o cachorrinho que eu quero comprar!”.

E o homem respondeu:

- “Não, você não vai comprar esse cachorro, se você realmente o quer, eu te dou de presente”.

O menininho não gostou, e olhando direto nos olhos do homem lhe disse:

- “Eu não quero que você me dê de presente. Ele vale tanto quanto os outros cachorrinhos e eu pagarei o preço completo. Agora vou lhe dar meus R$ 2,37 e a cada mês darei R$ 0,50 até que o tenha pago por completo”.

O homem respondeu:

- “Você não quer de verdade comprar esse cachorrinho, filho. Ele nunca será capaz de correr, saltar e brincar como os outros cachorrinhos”.

O menininho se agachou e levantou a perna de sua calça para mostrar sua perna esquerda, cruelmente retorcida e inutilizada, suportada por um grande aparato de metal. Olhou de novo ao homem e lhe disse:

- “Bom, eu também não posso correr muito bem, e o cachorrinho vai precisar de alguém que o entenda”.

O homem estava agora envergonhado e seus olhos se encheram de lágrimas… sorriu e disse:

- “Filho, só espero e oro para que cada um destes cachorrinhos tenham um dono como você”.

Na vida não importa como és, mas importa que alguém te aprecie pelo que és, te aceite e te ame incondicionalmente.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Ensaiem seus gritos de “macaco”, “preto”, “manco”, “bicha” e tantos outros

Da multa variável de R$ 100,00 a R$ 1000.000,00 o STJD decide pela aplicação de R$ 50.000,00 ao clube Sada Cruzeiro cabendo recurso para redução ou até mesmo absolvição.

Quem foi punido? Os ofensores? Os torcedores? Os que praticaram os atos discriminatórios? A equipe que se beneficiou da desestabilização do jogador do Vôlei Futuro? Enfim, alguém que fosse sofrer em função do envolvimento do mesmo com aquela equipe?

Não.

O único sofrimento e punição proporcionada por essa decisão é no setor financeiro, na frieza dos números de um caixa. Com essa decisão quem sofre mesmo é o Vôlei Futuro e seus atletas que terão que voltar naquele mesmo lugar, com aquelas mesmas pessoas, com a organização exercida pelo mesmo clube, tudo dentro do mesmo quadro de constrangimento e pressão com uma única diferença agora: a legitimidade de todo esse cenário.

Agora senhores preparem suas pencas de banana, ensaiem seus gritos de “macaco”, “preto”, “manco” e “bicha” e tantos outros, afinal agora é uma questão de custo x benefício, se isso serve para desestabilizar o outro time e ganhar o jogo através dessas estratégias, R$ 50.000,00 é uma pechincha para chegar a uma final. É isso mesmo, agora tem preço, paguem e discriminem, paguem e atinjam os seus objetivos, é apenas uma questão de dinheiro.

O STJD teve a oportunidade de impedir a realização da partida do dia 15 de abril em Contagem (MG) e não o fez. A responsabilidade de tudo que acontecer, antes, durante e depois da partida será de responsabilidade deles, já que foram eles que legitimaram a partida neste local.

Ele simplesmente prometeu que valeria a pena

A vida é muito curta para acordar com arrependimentos, não há tempo suficiente.

Ame as pessoas que te tratam bem.

Ame, também, àqueles que não, só porque você pode.

Acredite que tudo acontece por uma razão. Mesmo que dela só Deus saiba.

Se tiver uma segunda chance, agarre com as duas mãos.

Se isso mudar sua vida, deixe acontecer.

Beije devagar.

Perdoe rápido.

Deus nunca disse que a vida seria fácil.

Ele simplesmente prometeu que valeria a pena.



sábado, 9 de abril de 2011

Palmas, Vôlei Futuro!


"O preconceito é a pior forma de violência."

Ter problemas na vida é inevitável, ser derrotado por eles é opcional

Um senhor vivia sozinho em Minnessota. Ele queria virar a terra de seu jardim para plantar flores, mas era um trabalho muito pesado. Seu único filho, que o ajudava nesta tarefa, estava na prisão.

O homem então escreveu a seguinte carta ao filho:

"Querido filho,

Estou triste, pois não vou poder plantar meu jardim este ano. Detesto não poder fazê-lo, porque sua mãe sempre adorou flores e esta é a época certa para o plantio. Mas eu estou velho demais para cavar a terra sozinho. Se você estivesse aqui, eu não teria esse problema, mas sei que você não pode me ajudar, pois estás na prisão.


Com amor,
Seu Pai."

Pouco depois, o pai recebeu o seguinte telegrama:

"PELO AMOR DE DEUS, pai, não escave o jardim! Foi lá que eu escondi os corpos."

Como as correspondências eram monitoradas na prisão, às quatro da manhã do dia seguinte, uma dúzia de agentes do FBI e policiais apareceram e cavaram o jardim inteiro, sem encontrar qualquer corpo.

Confuso, o velho escreveu uma carta para o filho contando o que acontecera.

Esta foi a resposta:

"Pode plantar seu jardim agora, amado pai. Isso foi o máximo que eu pude fazer no momento."

Estratégia é tudo, é verdade. Nada como uma boa estratégia para conseguir coisas que parecem impossíveis.  Assim, é importante repensar sobre as pequenas coisas que muitas vezes nós mesmos colocamos como obstáculos em nossas vidas.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

"Qual pai tem orgulho de um filho gay, de uma filha lésbica?"


"Duas coisas eu tenho a dizer para o deputado Bolsonaro. Nós o ouvimos com todo respeito, porque ele foi eleito. Não podemos esquecer que ele representa uma série de pessoas, inclusive que não assumem as coisas que ele falou. O deputado mostrou uma foto para justificar que ele não é racista. Eu gostaria de mostrar pro senhor, deputado Bolsonaro, uma foto, e que o senhor soubesse o seguinte: essa pessoa que está aqui comigo se chama Luiza, ela estuda Direito. Essa foto foi feita em Washington, onde ela vive hoje. Ela ganhou uma bolsa pra ser bolsista da America University, estagiária da OEA (Organizações dos Estados Americanos), ela é gay e eu tenho muito orgulho de ser pai da Luiza. Tá certo, deputado?!"
Marcelo Tas


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Então, não me faça cair hoje

"Não importa o que fazemos, não importa o que dizemos: nós somos a música dentro da melodia, cheia de erros bonitos e, para onde nós formos, o sol sempre brilhará, mas amanhã a gente poderá acordar no outro lado, porque nós somos bonitos não importa o que eles disserem. Sim, palavras não vão me fazer cair. Nós somos bonitos em todos os sentidos. Sim, palavras não vão me fazer cair. Então, não me faça cair hoje."
Christina Aguilera,
Beautiful

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Falta-me viver e morrer para a metamorfose se completar

Aprendo a tolerar aquilo que me fez ou faz sofrer. Suporto, então, melhor meu sentimento de responsabilidade. Ele já não me esmaga, e deixo de me levar, a mim ou aos outros, a sério demais. Vejo então o mundo com bom humor e outros olhos.


Conheço com lucidez e sem prevenções as fronteiras da comunicação e da harmonia entre mim e os outras pessoas. Com isso, perdi algo de minha ingenuidade e da inocência, mas ganhei minha independência. Já não firmo uma opinião, um hábito ou um julgamento sobre outra pessoa.
Na maioria das vezes o que se foi não volta. O que está na nossa frente devemos e merecemos aproveitar.

Sou uma pessoa imprevisível e difícil de decifrar! Sou, mas mais ainda serei. Falta-me viver e morrer para a metamorfose se completar!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Só se case com alguém que você ame de verdade

Antes que você junte as escovas de dente e na primeira desavença queira sair correndo.

Porque quando você optar morar com alguém, prepare-se antes. Prepare-se para que os mínimos detalhes tomem grandes proporções, e que aquelas coisas que, para você, não faz diferença, terão intensidade absurda agora. É um exercício de paciência constante, é a mais fiel prova de amor.

Você verá que os atrasos não são mais toleráveis e que revezar a vontade com o outro faz parte da rotina. Faz parte ceder também. Se você está acostumado com a sua vontade sempre prevalecer, esqueça. Esqueça de uma vez por todas, ou você não passa do quarto mês. Queira sempre o bem, faça sempre sua parte, evite o conflito, não bata de frente quando puder. Trate o outro como se fosse seu cliente. Ou melhor: seu mais chato cliente.

Atenda às mais criteriosas exigências, coloque tudo no lugar que você encontrou, não faça coisas que antes você só fazia para você mesmo, seja flexível.

E ame.

Porque é amando que você vai descobrir como é bom dormir abraçadinho em dias de chuva, saber que, quando você chegar em casa, ele estará lá, te esperando. Saberá também como é bom sair para algum lugar que não possa ir com ele dizendo “te amo, tá?” ou até mesmo dar uma “rapidinha” antes de ir trabalhar. Ah, o sexo! É a melhor parte, com certeza. Você pode fazer quando quiser, sem dia e hora marcada. De todas as posições, com todos os ruídos possíveis, em qualquer lugar.

Vale a pena arriscar. Mas só se você amar de verdade.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Se eu morrer antes de você, meu amigo, faça-me um favor.

Chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele haver me levado. Se não quiser chorar, não chore. Se não conseguir chorar, não se preocupe. Se tiver vontade de rir, ria. Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão. Se me elogiarem demais, corrija o exagero. Se me criticarem demais, defenda-me. Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam. Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo. Se falarem mais de mim do que de Jesus Cristo, chame a atenção deles. Se sentir saudade e quiser falar comigo, fale com Jesus e eu ouvirei.

Espero estar com Ele o suficiente para continuar sendo útil a você, lá onde estiver. E, se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase: “foi meu amigo, acreditou em mim e me quis mais perto de Deus!”. Aí, então, derrame uma lágrima. Eu não estarei presente para enxugá-la, mas não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar. E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de minha nova tarefa no céu. Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha na direção de Deus. Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz vendo você olhar para Ele. E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí, sem nenhum véu a separar a gente, vamos viver, em Deus, a amizade que aqui nos preparou para Ele.

Vinícius de Moraes

sábado, 22 de janeiro de 2011

Tenho estado um pouco ausente, é verdade

De uns tempos para cá, tenho conversado muito mais comigo mesmo. Tenho me questionado muito mais. As roupas não combinam mais. Os tênis não estão limpos o suficiente. O cabelo nunca mais esteve como eu queria, sempre esteve desobediente. Tenho me irritado com mais facilidade. Perco a paciência a troco de nada. Não chamo mais atenção. Nem quero mais estar no centro delas.

Tenho andado desmotivado, um pouco para baixo. Me faço de forte, de imbatível, de insuperável. Só me faço. Porque não consigo ser frio com as coisas que me sobem na cabeça, que me tiram do sério, nem ser pela metade. Eu sempre dou o meu melhor, mas isso nem sempre é o suficiente. Gosto do diferente, do anormal, do incomum, do avesso. É isso que me faz todos os dias.

Tenho questionado, frequentemnte, se estou no caminho certo. E, se não estou, o que falta para eu voltar a encontrá-lo? Preciso respeitar mais as minhas vontades. Não combinar mais as roupas com o meu humor, se eu não quiser, nem o perfume com a cor da minha camiseta. Se meu cabelo não ficar do jeito que eu quero, vou assim mesmo; foda-se o que vão pensar. Não vou mais engolir a seco. Vou xingar mesmo, vou ensinar o certo e fazer o errado. E não aceitarei ser cobrado por isso. Serei igual. Ninguém vai mais ganhar méritos sobre mim.

Não preciso mais que ninguém me ofereça nada. Se eu quiser, eu compro. Não vivo mais da caridade de quem me detesta. Foda-se quem quiser.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Você pode ir embora,

nunca mais ser o mesmo. Você pode voltar e nada ser como antes. Você pode até ficar, pra que nada mude, mas aí é você que não vai se conformar com isso. Você pode sofrer por perder alguém. Você pode até lembrar com carinho ou orgulho de algum momento importante na sua vida: formatura, casamento, aprovação no vestibular ou a festa mais linda que já tenha ido, mas o que vai te fazer falta mesmo, o que vai doer bem fundo, é a saudade dos momentos simples: da sua mãe te chamando pra acordar, do seu pai te levando pela mão, dos desenhos animados com seu irmão, do caminho pra casa com os amigos e a diversão natural do cheiro que você sentia naquele abraço, da hora certinha em que ele sempre aparecia pra te ver, e como ele te olhava com aquela cara de coitado pra te derreter.

De qualquer forma, não esqueça de algumas verdades, que sempre fazemos questão de não pensar: não faça nada que não te deixe em paz consigo mesmo;
cuidado com o que anda desabafando; conte até três (tá certo, se precisar, conte mais); antes só, do que muito acompanhado; esperar não significa inércia, nem muito menos desinteresse; renunciar não quer dizer que não ame; abrir mão não quer dizer que não queira.

O tempo ensina, mas não cura.

domingo, 2 de janeiro de 2011

A última chance

(...)

Otávio parou de implicar com o garoto depois que passou a ouvir comentários, no bar que freqüentava, de que seu filho estava andando sempre na companhia de uma dona bonita, vistosa e mais velha. Ele preferiu começar a acreditar que o filho tivesse mudado o gosto asqueroso por rapazes e que agora em diante seria um homem íntegro e reto, como se orientação sexual tivesse alguma coisa a ver ou estivesse estritamente ligada ao caráter e à dignidade da pessoa.

(...)

Marcelo Cezar, autor do livro.