quarta-feira, 24 de maio de 2017

Eu não quero casar com você

"Você conhece alguém. Sai com ele uma ou duas vezes. Gosta do papo do gajo, do beijo do gajo, dos olhos do gajo. Convida-o para um segundo ou terceiro encontro. Nada mais natural, afinal de contas, você gostou dele. Ele gela, some, desaparece da face da Terra. Provavelmente acredita piamente que você está apaixonada por ele como nunca esteve por pessoa nenhuma. E isso é uma das coisas mais irritantes que acontecem durante nossa constante tentativa de conhecer alguém: o fato de que as pessoas pressupõem que você está sempre atrás de compromisso.


Quando você convida alguém pra sair com interesses românticos na pessoa, nada é garantido. Vocês podem sair de lá como melhores amigos, podem se odiar, podem querer apenas sexo, podem amar o outro a ponto de marcar uma viagem de casal pra próxima semana. Mas isso é determinado durante os encontros, durante a construção de alguma coisa entre os dois.

Essa construção nem sempre designa um relacionamento sério. Conheço casais que estão há tempos nessa de conhecer o outro. Eles saem juntos, transam, assistem a filmes na casa do outro, comem pizza com os amigos e ambos são felizes. Isso só aconteceu porque um deles – ou os dois – quebraram a barreira do “quero te ver” que todo mundo tem medo de dizer depois de um encontro bem sucedido.

Nós criamos uma utopia tão grande e tão congelada em torno do que é se relacionar que acabamos acreditando que todo relacionamento tem que seguir um molde fixo de encontros-namoro-casamento e seja lá o que vier depois disso. Não é assim, gente. Não se aprova status sem que haja demanda pra isso. Nessa vida você vai conhecer pessoas maravilhosas com quem o sexo era incrível e só isso. Você vai conhecer pessoas incríveis com quem você passaria anos sem trocar beijos, porque amizade também nasce de encontros. Você vai encontrar gente que só depois de 5 ou 6 meses é que vai se apaixonar por ti, ou nem vai.

Descartar encontros agradáveis por medo, ou melhor, por pressupor que a outra parte esteja loucamente apaixonada por você é burrice. Na maioria das vezes, a pessoa só gostou de você e quer te conhecer melhor, sem pretensão alguma de te pedir em casamento. Mas ao invés de seguirem o fluxo das coisas e deixarem tudo acontecer naturalmente, muita gente coloca barreiras. Cismam que você já planeja casar e ter filhos, cismam que você é algum tipo de pessoa louca e psicopata que quer trancá-los em celas minúsculas em porões inexistentes. Será que as pessoas não percebem que o caminho natural de todo e qualquer relacionamento é a sucessão de encontros? Caso não percebam, sugiro que mudem seus perfis de conversa e parem de dizer que estão querendo “conhecer alguém”. Porque é exatamente isso que estão se negando a fazer."

- Daniel Bovolento

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Feliz dois anos de namoro!

"Hoje, 3 de maio, eu e Camila comemoramos dois anos de namoro e desde o início do ano programávamos algo para comemorar esta data. Porém, as coisas nem sempre saem como o esperado e nos vemos tendo que mudar tudo que fora planejado. 

Há dezessete dias, caímos juntos de moto. Nada grave, nem comigo, nem com Camila, que sofreu apenas pequenos arranhões - nem com a moto. A única coisa que sofri foi uma lesão interna na coxa e por isso tive que ficar sendo acompanhado para ver a evolução da lesão. Então, há oito dias, o hematoma, sem melhora, crescia rapidamente, e por isso o ortopedista que me acompanha resolveu realizar um pequeno procedimento cirúrgico para drenar o líquido que acumulava. Tudo ocorreu bem e estou me recuperando muito bem. Não se preocupem.

Mas esse papo aqui não é sobre mim. É sobre ela: minha amiga, minha namorada, minha companheira de todas as horas.

Desde que fui internado, tudo que eu já recebia de Camila foi dobrado: o cuidado, a atenção, o carinho, as ligações, as mensagens. Tudo. São dois estágios: um de manhã e outro à tarde; e a faculdade à noite. Mesmo assim, e mesmo eu dizendo que não precisava vir, ela sempre fez questão de vir me acompanhar a noite, mesmo tendo que dormir em um sofá que mal lhe cabe. 

E é por isso que hoje não terá foto de restaurante, hotel, presentes, sorrisos e beijos. Hoje terá foto de um momento em que as coisas não vão bem e é exigido do outro o sacrifício, a "prova" de tudo que é dito no curso de um relacionamento. 

Hoje terá foto de quando o amor está presente mesmo quando não há perfume, não há maquiagem, não há roupinha arrumada, cabelo lavado e três banhos por dia. Hoje terá foto da prova real do "na saúde e na doença" sem que seja necessário proferir uma palavra. Hoje terá foto que transcende a estética e escancara o maior e mais puro sentimentos de todos: o amor.



Como vocês costumam dizer aqui: nada a pedir, só agradecer."

- Gustavo de Freitas