quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Meu infinito particular

Meu jeito é quase incompressível. Compro chocolate e bebo vinho nas sextas à noite. Abro a geladeira para repensar os horizontes. Ouço músicas como quem voa perto do mar. Me perco nas letras e me sinto compreendido. Se eu pudesse abraçar algumas músicas, eu o faria. Não que eu diga isso para alguém, claro. Até porque ninguém entenderia – e de mau entendedor, já basta eu.

Metade de mim é abrigo. Outra metade medo. Mas, isso ninguém precisa saber. Para os outros sou só um cara normal, de sorriso largo e sonhos palpáveis. E que assim continue. A verdade é que me explicar é pedir para não ser compreendido. Assim, guardo tudo comigo, pois conheço a alegria que vem, mas sei a tristeza que fica.

Quando sozinho, às vezes, morro comigo. Fico ali, pensando e ensaiando alguns diálogos que nunca sairão dali. Me sinto bobo, mas alegre com meu momento de calmaria. Pois, quando não resta nem ilusão, só, me resta. E, no meu cantinho, me lembro como a solidão me faz companhia. Até eu lembrar o significado da palavra companhia e, como quem pouco assume a carência, lembrar que o beijo da solidão não tem gosto de primeira vez.

Meus gostos são diferentes. Meus sonhos particulares. Meu mundo interno é um filme de comédia romântica. À minha maneira, caminho entre olhares de espanto e carinho, esperando um dia ser desvendado e posto frente ao amor que, mesmo não admitindo, fico ansiando. Mesmo tendo afeições de sofrimentos passados, sei que o amor é um aroma que perfuma a vida, uma suavidade que a embeleza.

Mesmo sendo uma pessoa tão abstrata, espero que eu seja a verdade que sou pra mim, para com quem amo. E minhas alegrias, tristezas, inseguranças e convicções, sejam divididas com clareza. Pois a verdade é que, no fundo, só eu sei a alegria e a dor que trago no coração.

- Frederico Elboni

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